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A força global do dólar em 2025

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Por Fábio Alves

O índice DXY, que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, acumula alta impressionante ao redor de 7% até agora em 2024, sendo negociado acima de 108 pontos.

Se, de um lado, é possível dizer que 2024 foi o ano de força do dólar globalmente, o que então esperar para 2025?

Quase todo mundo é unânime que o rali da moeda americana deverá continuar no ano que vem, não somente em relação às divisas do G-10, como também as de países emergentes.

E não são poucos os estrategistas de câmbio que apostam que o dólar irá novamente testar a paridade ante o euro em 2025, com alguns analistas prevendo que isso poderá acontecer já no primeiro trimestre do ano que vem.

Só para lembrar: o euro tem um peso de quase 60% na composição do índice DXY, seguido do iene japonês, com quase 14% de participação no índice.

“Nosso cenário-base é o de que o dólar seguirá registrando algum ganho adicional no próximo ano à medida que a economia americana tenha um desempenho melhor do que as outras; que aumente um pouco mais o diferencial de juros entre os Estados Unidos e outros países do G-10; e que o governo Trump imponha tarifas de importação mais altas”, argumenta o economista-chefe adjunto para mercados da consultoria Capital Economics, Jonas Goltermann.

O dólar ganhou mais força na semana passada depois do desfecho surpreendente da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que cortou os juros americanos em 0,25 ponto porcentual. Todos os analistas classificaram essa decisão como um “hawkish cut” porque os dirigentes do Fed passaram a projetar apenas dois cortes de 0,25 ponto dos juros em 2025, em comparação com quatro reduções na estimativa anterior, feita em setembro. Isso em meio a um mercado de trabalho americano mais apertado, resiliência maior nos gastos dos consumidores e uma desaceleração mais lenta da inflação em direção à meta.

Ou seja, a taxa terminal dos juros americanos, ao fim do atual ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed, ficará mais alta do que inicialmente imaginada. E isso fortalece o dólar. Sem contar que a promessa de Trump de impor tarifas de importação, deportar imigrantes ilegais e cortar impostos terá um efeito inflacionário.

O estrategista-chefe global da Brown Brothers Harriman, Win Thin, diz que com a divergência crescente nas posturas de política monetária entre os Estados Unidos e muitos outros países, o rali do dólar deverá provavelmente continuar em boa parte de 2025.

“Ficou evidente o contraste do corte ‘hawkish’ do Fed na semana passada em comparação com o ‘dovish hold’ dos bancos centrais do Japão [BoJ] e da Inglaterra [BoE], além dos recentes cortes de juros pelos BCs da Suíça, do Canadá e da Suécia”, diz Win Thin. “E não são apenas países desenvolvidos: bancos centrais de países emergentes, como os da Colômbia, México, Chile e Filipinas, continuam afrouxando a política monetária.”

Obviamente, o próximo catalisador do rali do dólar acontecerá a partir de 20 de janeiro, quando Trump tomar posse e assumir a Casa Branca. A partir de então, o mercado terá uma melhor ideia da extensão das tarifas de importação que ele irá impor. Ou se ficar claro que, em alguns casos, Trump apenas usará a guerra comercial como ameaça para fazer barganhas. O dólar canadense, por exemplo, vem sofrendo bastante com a perspectiva de os EUA adotarem uma tarifa de 25% sobre os produtos canadenses.

Seja como for, na fotografia de hoje, há mais motivos para apostar numa força global do dólar, que poderá registrar ganhos adicionais em 2025, do que no seu recuo.

Por: Estadão – Fábio Alves

([email protected])

Fábio Alves é jornalista do Broadcast

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