A perspectiva de redução na área plantada de milho, devido ao atraso na semeadura e ao replantio da soja, está impulsionando o aumento no cultivo de algodão. Segundo André Pessôa, presidente da Agroconsult, a previsão é que a área plantada com algodão atinja 1,940 milhão de hectares na safra 2023/24, uma marca inédita que exigirá esforços dos produtores. Isso representa um aumento significativo em comparação com a safra atual, estimada em 3,2 milhões de toneladas, com uma expectativa de produção recorde de 3,7 milhões de toneladas para a próxima safra.
O setor do algodão não enfrentou a mesma queda de preços que a soja e o milho ao longo do ano. Pessôa destacou que, apesar de uma diminuição temporária com o conflito entre Israel e Hamas, a expectativa é de trabalhar com preços entre 82 e 83 cents por libra-peso na safra 2023/24. Essa manutenção de preços, aliada à redução significativa do custo de produção, proporcionará uma rentabilidade considerável para o algodão na próxima safra.
No entanto, esse crescimento na área plantada apresenta desafios logísticos e de competição internacional. Pessôa observou que a capacidade de beneficiamento das algodoeiras será esticada ao máximo, possivelmente exigindo a importação de máquinas dos Estados Unidos para atender à demanda.
Além disso, o presidente da Agroconsult prevê que o Brasil supere os Estados Unidos nas exportações de algodão. No ciclo atual, o Brasil já ultrapassou os americanos em termos de produção, e Pessôa acredita que a posição do Brasil em exportações será ainda mais robusta na safra seguinte.
Fonte Broadcast Agro