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Balança Comercial – Soja e milho lideram a queda das exportações agropecuárias em agosto

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A Balança Comercial brasileira registrou um superávit de US$ 4.8 bilhões em agosto, queda de 49,90% em comparação com agosto de 2023 (9,6 bilhões). Os dados, que contabilizam a diferença entre as exportações e as importações, foram divulgados pela da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O Brasil obteve uma receita de US$ 29.08 bilhões com os embarques do mês, 6,50% menos que o registrado em agosto do ano passado. Já as importações aumentaram 13%, totalizando US$ 24.25 bilhões.
Cenário semelhante é o da agropecuária, que registrou uma queda de 19,10% na receita das exportações, totalizando US$ 6.18 bilhões. Enquanto as importações aumentara, 18,70%, totalizando R$ 440 milhões.
Vale destacar que os dados da Secex apresentados consideram os produtos primários da agropecuária “in natura”, como soja, milho não moído, café não torrado, algodão em bruto, animais vivos e etc. Já as carnes bovina, suína e de aves, assim como suco de frutas e açúcar, se enquadram na indústria de transformação.
Em agosto, as principais quedas das exportações agropecuárias foram do milho e soja. Foram embarcadas 8.04 milhões de toneladas de soja, queda de 4,10% em relação a agosto de 2023. Em receita, (US$ 3.5 bilhões) a queda foi 16,40%.
No caso do milho, na mesma comparação, o volume caiu de 9.36 milhões para 6.06 milhões de toneladas, queda de 35,20%. Baixa mais significativa foi registrada na receita de US$ 1.18 bilhão no mês, queda de 47%.
“Quando se olha essa perspectiva das exportações que estão teoricamente com um déficit, a gente vê que a agropecuária registrou uma queda de receita em função de preço (de commodities no mercado futuro)” indicou Raphael Mandarino, Diretor-Geral da AgResource Brasil.
O analista complementa, contextualizando os efeitos das cotações internacionais sobre as exportações de grãos do Brasil. “Essa queda, obviamente, ocorreu muito por conta de Chicago, se deu muito pela ideia de precificação mais baixa. No acumulado [do ano], há um certo tempo os prêmios vinham negativos e a agora começaram a entrar, digamos, num campo zerado/positivo. Assim sendo, a gente entende que as exportações tiveram piores remunerações em função dessa precificação”, disse Mandarino.
Quanto ao restante deste semestre, o especialista acredita que os preços devem ficar abaixo da média dos últimos cinco anos, especialmente a soja. Para o milho, há uma indefinição um pouco maior por conta do cenário de menor disponibilidade do grão.
O resultado da agropecuária no oitavo mês do ano não foi pior devido aos bons números de café não torrado, que registrou um aumento de 33,50% na receita (US$ 653.66 milhões); algodão em bruto (+ 4,60% – US$ 187.67 milhões); e animais vivos (+ 31,40% – US$ 91.83 milhões). Com aumento de volume exportado de 4,90%, 7,10% e 69,40%, respectivamente.

Embarque de carnes bovina e suína cresce; aves registra queda

Em agosto o Brasil embarcou 217.400 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, aumento de 17,40% em relação a agosto de 2023. Em receita o aumento foi de 15,40%, totalizando US$ 964.23 milhões.
O bom resultado é explicado por conta da margem para exportação, que ainda segue positiva diante do dólar em um patamar elevado em relação ao real, segundo o analista da Scot Consultoria, Pedro Gonçalves.
“Mesmo com um pagamento mais barato da carne de exportação, que hoje é negociada na faixa dos US$ 4.400,00 a tonelada, a margem segue positiva e acaba compensando. Numa conta rápida, é como se o frigorífico hoje comprasse 15 quilos de carne [uma arroba] por R$ 250,00 [preço médio do ‘boi China’ em SP] e vendesse os mesmos 15 quilos por R$ 370,00”, explica o analista.
“É claro que nessa conta a gente desconsidera os gastos em transformar o boi vivo na carne in natura para exportar, mas ainda assim, indica uma margem positiva! E por isso as unidades frigoríficas querem manter compras em alta, manter o funcionamento acelerado das unidades, para aproveitar esse bom momento, e isso traz impacto direto para essas altas”, contextualiza Pedro Gonçalves.
Quanto aos próximos meses, o analista da Scot disse que a demanda internacional deve continuar em alta. “Nosso principal ‘concorrente’, os Estados Unidos, estão com o menor volume de gado da sua história, o que eleva o preço da arroba por lá e muito! Hoje cotada aos US$ 103,00 a arroba. Enquanto, aqui no Brasil está na faixa dos US$ 43,00 a arroba. Então nossa competitividade fica maior”, explica.
O especialista ainda ressalta que o 1º semestre deste ano foi recorde entre os primeiros semestres da série histórica e que julho começou “acelerado”, com um volume de 237.300 toneladas embarcadas (recorde mensal em volume).
“Num comparativo somado de janeiro a julho, 2024 está 32%, aproximadamente, mais acelerado do que foi 2023, esse que foi o recorde em volume de carne bovina exportada”, conclui.
Resultado positivo também para as vendas de carne suína fresca, refrigerada ou congelada, com 106.030 toneladas embarcadas, aumento de 6,10% em relação a agosto de 2023. Em receita, as exportações da proteína renderam US$ 260.8 milhões, aumento de 9,70%.
Já as exportações de carne de aves recuaram 11,40% em volume, com 356.440 toneladas enviadas ao exterior. Em receita a queda foi menor, de 1,90%, totalizando US$ 738.33 milhões.

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