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Bolsonaro amplia ações para eleger maioria de direita do Senado e preocupa STF

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O pastor Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em manifestação no Rio, em 2024. Novo protesto no local pede anistia aos réus do 8/1 (Foto: Reprodução canal Silas Malafaia no YouTube)

Jair Bolsonaro (PL) tem reiterado que sua principal missão como líder da direita é eleger um número expressivo de candidatos ao Senado em 2026, visando a maioria no plenário no ano seguinte. Como o eleitor poderá votar em dois nomes, o ex-presidente espera, sempre que possível, dobrar a opção conservadora. A corrida pela definição dos candidatos já começou e deve ser intensificada com a manifestação do próximo domingo (16) no Rio de Janeiro, onde possíveis candidatos estarão presentes.

Com 54 das 81 cadeiras do Senado em disputa, o ex-presidente tem intensificado as suas ações desde o fim das eleições municipais para definir o quanto antes quais serão as candidaturas majoritárias e competitivas do PL – e até de outras siglas – em todos os estados mais o Distrito Federal.

O foco dessa estratégia é consolidar um novo perfil para o Senado, inclinado à direita, de modo a garantir a escolha do próximo presidente da Casa com essa característica e, assim, viabilizar a abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Atualmente, a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado composta por senadores de direita e centro-direita representa pouco mais de um terço dos 81 parlamentares, variando entre 28 e 35 votos contrários à esquerda, conforme o histórico de votações. Considerando apenas os blocos partidários, o Aliança (PP-Republicanos) e o Vanguarda (PL-Novo), eles são apenas 25 senadores.

A esse grupo, somam-se até 10 oposicionistas e independentes de legendas como União Brasil, Podemos, PSDB e até PSD, mas o total ainda insuficiente para alcançar a maioria de 41 votos no plenário. Por causa disso e pela indisposição do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco de entrar em confronto com o STF, nenhum projeto para limitar os poderes da Corte chegou a ter chance de ser aprovado no Senado.

Nomes sugeridos por Bolsonaro começam a se movimentar em todo o país
Bolsonaro vem revelando aos poucos os nomes que pode escolher para representar o PL no Senado em 2027. Alguns deles devem estar na manifestação na praia de Copacabana, no Rio, onde devem receber a chancela pública do ex-presidente. São eles os deputados federais Coronel Zucco (RS), Ubiratan Sanderson (RS), Julia Zanatta (SC) e Caroline De Toni (SC).

Outro nome já definido é o do senador Marcos Rogério, que deve ser o representante de Rondônia junto com o pecuarista Bruno Scheidt.

O deputado Capitão Alberto Neto deve ser um dos nomes do Amazonas. Ele afirmou à Gazeta do Povo que sua candidatura ao Senado, indicada por Bolsonaro, integra o esforço da direita para obter a maioria na Casa. “O Brasil precisa de um Senado forte, com coragem de enfrentar o STF e garantir a harmonia entre os poderes”.

No próprio Rio de Janeiro, o nome forte é o do filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL). Ele não revelou quem seria o segundo nome que vai apoiar, mas o governador Cláudio Castro (PL) está no páreo. Atualmente o Rio tem três senadores do PL. Flávio e Carlos Portinho terminam o mandato em 2026 e Romário segue até 2030.

No Distrito Federal, a deputada Bia Kicis pode fazer campanha ao lado da mulher de Bolsonaro, Michelle. O senador Izalci Lucas, também do PL, que termina seu mandato em 2026, pode ficar sem apoio.

Para São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PL já lidera as intenções de voto para o Senado, com o deputado Eduardo Bolsonaro com um terço dos eleitores (33,1%), segundo pesquisa de fevereiro do instituto Paraná Pesquisas. Ele foi citado por 25,5% dos entrevistados como primeira opção.

Em segundo lugar, aparece outro nome de destaque da direita, o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), escolhido por 17,6%. Eleito deputado em 2022, o policial militar da reserva licenciou-se da Câmara para integrar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, a pesquisa do Instituto Paraná ouviu 1.650 eleitores em 86 municípios paulistas entre os dias 20 e 23 de fevereiro. O grau de confiança do levantamento é de 95%. O senador Marcos Pontes, do PL de São Paulo, segue no seu mandato até 2030.

Nikolas aposta em PEC para poder concorrer, mas Bolsonaro prefere Guedes
Em entrevista recente, Bolsonaro revelou seu desejo de convencer Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, a disputar a vaga por Minas Gerais.

A declaração do ex-presidente foi vista por alguns como um possível veto à intenção do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) de concorrer ao Senado. O parlamentar depende da aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduziria a idade mínima para senadores de 35 para 30 anos.

Da tribuna, Nikolas declarou nesta quarta-feira (12) que a renovação do Senado é a única mudança efetiva em favor do país, pois cria a chance de conter excessos do STF. “Ministros da mais alta Corte extrapolam funções públicas sem constrangimento, sugerindo que a impunidade compensa”.

Ele propôs ainda critério determinante para escolher candidatos ao Senado em 2026: o comprometimento com a abertura e aprovação de processos de impeachment contra ministros do STF. “O atual cenário é obra de políticos experientes”, disse, reforçando implicitamente o seu desejo de concorrer.

Caravanas pelo país buscarão levar bandeira do Senado conservador
Na sequência da manifestação de Copacabana, Bolsonaro está organizando uma série de eventos pelo Brasil nos próximos meses. O deputado Filipe Barros, do PL do Paraná, afirmou à coluna Entrelinhas que será também candidato ao Senado em 2026. Bolsonaro estará no lançamento de sua candidatura em Curitiba nas próximas semanas, segundo ele.

Com pauta voltada também à eleição de senadores, a investida seguinte deve ser um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, de 6 de abril.

No Rio Grande do Norte, o senador Rogério Marinho promoverá o projeto “Rota 22”, com lançamento previsto para 11 e 12 de abril, evento para o qual Bolsonaro já foi convidado. A iniciativa visa consolidar o PL como a principal força de oposição no estado e pode servir como modelo para outras regiões. Marinho segue no mandato até 2030 e deve ajudar a indicar os nomes a serem apoiados no estado.

A caravana de Bolsonaro deve passar ainda por Pernambuco e possivelmente pelo Ceará, onde Bolsonaro disse que pode indicar um deputado estadual para o Senado.

Ministro se articula para conter avanço conservador no Senado, diz jornal
A perspectiva de maioria conservadora no Senado anima Bolsonaro e seus aliados, que enxergam nela a chance efetiva de conter o ativismo judicial e a perseguição à direita. “Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado em 2026, que eu mudo o destino do Brasil”, anotou o ex-presidente nas redes sociais.

A mobilização por um Senado independente preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do STF que atuam em parceria com o governo. Segundo uma nota do jornal O Globo no domingo (9), um juiz da Corte que não teve o nome revelado estaria conversando com governadores para convencê-los a se candidatarem ao Senado para conter a onda conservadora.

A revelação gerou forte reação nas redes sociais contra a atuação política de ministros do STF, algo proibido pela Constituição e pelo Estatuto da Magistratura. Para o jurista André Marsiglia, a interferência é caso de impeachment, com crimes de responsabilidade previstos na lei 1.079/1950.

Oposição condena ativismo do STF para interferir na eleição do Senado
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), condenou a alegada atuação de um magistrado para indicar candidatos ao Senado, a chamando de “mais novo episódio do ativismo político no STF”. “Sem observar a independência dos poderes, desestabilizamos a democracia”, afirmou.

O ex-deputado e ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, criticou a “demarcação de território” por juiz na eleição ao Senado. “Eis mais uma função inédita de ministro do STF: dirigente partidário. Só falta dividir fundo eleitoral aos candidatos que quer eleger”.

Bolsonaro tem recomendado a escolha de uma dupla de candidatos ao Senado no campo da direita, com o primeiro impulsionando o segundo. Para barrar a tendência, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), propôs PEC que acaba com a votação em dois nomes ao Senado em eleições alternadas, dando uma vaga ao segundo mais votado.

Gazeta do Povo

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