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Brasil fecha semana negociando pouco mais de 500 mil t de soja, mas demanda segue firme

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Produtores estiveram mais ausentes pelo dólar pressionado e pelo feriado desta quinta (19)

Os preços da soja perderam força, passaram para o lado negativo da tabela e vão concluindo este último pregão da semana em baixa na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa perderam entre 5,25 e 7,75 pontos nos principais vencimentos, levando o julho a US$ 10,67 e o setembro a US$ 10,53 por bushel.

Durante toda a semana o mercado trabalhou dividido entre o cenário geopolítico e o fundamenal.

Os impactos do conflito entre Irã e Israel foram sentidos ao longo dos dias, em especial no mercado do petróleo, respigando nas demais commodities, fossem agrícolas ou não. Tensionados, os mercados ampliaram sua aversão ao risco, sua volatilidade, e os traders foram ficando cada vez mais na defensiva.

E a sexta-feira tem sido bastante atípica para o petróleo, por exemplo. Enquanto o WTI, negociado na Bolsa de Londres, tem ligeira alta de 0,3%, o brent, negociado na Bolsa de Londres, recuava 2,50%. Assim, o óleo de soja que subia mais de 1,5% mais cedo, também assumia a realização de lucros e baixas de mais de 0,5% para fechar a sessão.

Além da baixa do óleo, que dava suporte aos preços da soja em grão, a oleaginosa também acompanhou as baixas do milho e, principalmente do trigo, que perde mais de 1% na Bolsa de Chicago. Os mercados seguem atentos ao desenvolvimento da nova safra norte-americana, às condições de clima no Meio-Oeste e, no caso da soja, ainda sentindo a pressão da China ausente do mercado dos EUA.

Os futuros recuaram nesta sexta-feira mesmo diante dos números atualizados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de vendas semanais para exportação da safra velha acima das expectativas e da safra nova, dentro do intervalo aguardado pelo mercado.

A principal compradora da soja 2024/25 dos EUA foi a Alemanha e os chineses não aparecem entre os compradores. Enquanto isso, dados divulgados também nesta sexta-feira pela Administração Geral das Alfândegas da China mostram que as compras da nação asiática no mercado brasileiro aumentaram expressivamente em maio.

O maior comprador de soja do mundo importou 12,11 milhões de toneladas de soja do Brasil no mês passado, em comparação com 8,81 milhões de toneladas no mesmo mês do ano anterior. Em todo mês, o país importou 13,92 milhões de toneladas, o que deixa ainda mais evidente a importância e o protagonismo que o produto brasileiro vem tendo no mercado chinês com o conflito comercial sino-americano ainda em andamento, apesar das negociações recentes.

E por conta desta demanda intensa da China pela sobre brasileira, os prêmios no mercado brasileiro seguem como o principal suporte – ao lado dos bons patamares observados na Bolsa de Chicago – para os preços no cenário doméstico. O dólar, por outro lado, é o fator que mais limita as cotações no mercado doméstico, ao menos por enquanto.

Os principais indicadores dos prêmios têm variado entre US$ 0,80 e US$ 1,40, variando entre as pedidas do vendedor e as ofertas do comprador, com as posições mais longas registrando os valores mais elevados. Assim, as referências nos portos principais fecham a semana com valores que variam de R$ 138,00 por saca, como é o caso do julho em Paranaguá, a R$ 143,00 para setembro, em Rio Grande.

Com isso, o momento tem sido de calmaria no mercado brasileiro da soja, com um volume aquém do normal sendo negociado por aqui agora. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, a semana – que contou com um feriado no Brasil e um nos EUA nesta quinta-feira (19) – vai se encerrando com cerca de 500 mil toneladas negociadas apenas, contra algo como 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas que seriam normalmente comercializadas.

“Estamos com 109,5 milhões de toneladas negociadas de uma safra de 170, e temos 60,5 milhões na mão do produtor para negociar. O volume de negócios é um volume considerado recorde, mas ainda temo muito a negociar. Então, o produtor está aproveitando alguns momentos de pico, nesta semana a cotação média ficou dentro dos bons momentos do ano, tanto no interior, quanto no porto. Mas, em função do feriadão e o produtor esperando algo a mais do dólar, principalmente, as cotações não mudaram muito. Está muito tranquilo o mercado”, detalha Brandalizze.

Nesta sexta-feira, o dólar chegou a trabalhar abaixo dos R$ 5,50, mas se recuperou e deve concluir a semana acima deste patamar, porém, não muito distante disso. E esse tem sido, segundo afirmam analistas e consultores de mercado, o principal limitador dos preços da soja no mercado brasileiro neste momento.

Para Brandalizze, será fundamental continuar acompanhando e monitorando o desenvolvimento da safra 2025/26 dos Estados Unidos, em especial o reporte semanal de acompanhamento de safras que o USDA traz na próxima segunda-feira (23). “Se as condições das lavouras continuarem a cair, como aconteceu nesta semana, nós poderemos ter mais um degrau da escada que podemos subir em Chicago, com os preços subindo 5, 8, até 10 pontos, trazendo uma condição melhor (para os preços no Brasil)”.

Além das condições das lavouras, será importante também acompanhar a espera do mercado pelo novo boletim do USDA de área para a safra nova norte-americana.

O consultor destaca também a necessidade das atenções redobradas sobre a guerra no Oriente Médio, com a influência ainda agindo muito fortemente sobre os mercados nos próximos dias, uma vez que um acordo entre Irã e Israel não passa nem próximo dos radares de ambas as nações.

Por:
Carla Mendes | Instagram@jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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