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Café Arábica registra preço recorde com preocupações relacionadas à safra brasileira

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O café Arábica registrou preço recorde nesta terça-feira, com os traders preocupados com as perspectivas da safra do Brasil, depois que a Volcafe, uma das maiores tradings do mundo, reduziu a sua estimativa da produção do Arábica do País em 2025/26.
O Brasil, que produz quase a metade do Arábica do mundo deverá colher apenas 34.4 milhões de sacas na próxima safra, segundo um relatório da Volcafe visto pela Reuters.
A estimativa foi reduzida em 11 milhões de sacas graças a um alto nível de falha na floração após a seca deste ano. Como resultado, a Volcafe prevê um quinto déficit global consecutivo “sem precedentes” de 8.5 milhões de sacas de café em 2025/26.
A situação de quebras contínuas que ocorre desde 2021 é em grande parte causada pela incapacidade do Brasil de produzir uma safra de Arábica no ciclo de alta acima de 50 milhões de sacas, principalmente devido às mudanças climáticas, indicou a trading.
Os preços do café subiram cerca de 80% este ano, impulsionados também pelas preocupações com as perspectivas da safra do Vietnã, maior produtor do Robusta.
As altas dos preços aumentaram os retornos potenciais dos agricultores, mas estão desafiando as tradings, que estão enfrentando altos custos de hedge nas bolsas e uma corrida para receber os grãos que lhes são devidos.
Enquanto isso, o aumento dos preços está fazendo com que alguns consumidores mudem para o café mais barato. O chefe da Nestlé, a maior empresa processadora de café do mundo, foi demitido no início deste ano depois que a diretoria ficou insatisfeita com as vendas fracas e com a perda de participação no mercado, uma vez que os consumidores passaram a usar marcas mais baratas.
O vencimento março do café Arábica na ICE, que são referência para o preço do café físico em todo o mundo, registrou hoje uma máxima histórica aos US$ 3,4835 por libra-peso. O vencimento fechou em alta de 1,23%, aos US$ 3,3415 por libra-peso.
Os traders disseram que o relatório da Volcafe chegou a um momento em que o mercado já estava nervoso em relação aos suprimentos, mas advertiram que ele pode estar tendo um impacto desproporcional, especialmente com a colheita do Vietnã, maior produtor do Robusta, atualmente em andamento.
O Arábica e o Robusta são até certo ponto, intercambiáveis, de modo que a maior disponibilidade do Robusta pode contribuir para amenizar a escassez do Arábica.
O vencimento março do contrato futuro de café Robusta da ICE registrou a máxima do dia aos US$ 5.510,00 a tonelada mais cedo, ainda abaixo da máxima da semana passada de US$ 5.694,00, que foi a maior cotação em 47 anos quando comparado com os preços da Organização Internacional do Café. O vencimento fechou em alta de 0,60%, aos US$ 5.232,00 a tonelada.
A TRS da Expana, uma importante agência de relatórios de preços e de pesquisa, estima que a safra de café do Brasil de 2025/26 aumentará ligeiramente em uma base anual, para um pouco menos de 70 milhões de sacas, graças a uma forte safra de Robusta.
Enquanto isso, a empresa reduziu a sua estimativa da safra brasileira de Arábica de 2025/26 em 2 milhões de sacas, para 43 milhões de sacas, mas ao mesmo tempo vê uma forte safra de Robusta no País, disse à Reuters Steve Wateridge, chefe de pesquisa da TRS by Expana.
Steve Wateridge, especialista mundial em commodities tropicais, disse que de um modo geral, a safra total de café do Brasil aumentará ligeiramente na próxima temporada, para um pouco menos de 70 milhões de sacas, ajudando o mercado global a registrar um excedente de 7.5 milhões de sacas em 2025/26.
“Se os preços se mantiverem nesses níveis, perderemos a demanda. É isso que temos de observar”, disse Steve Wateridge.

Reuters

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