Na Argentina, ocorreu ontem a primeira rodada do complexo processo eleitoral para a presidência da república. Foram as eleições primárias, um processo de eleições internas aos partidos, mas aberto aos eleitores, que precede o primeiro e segundo turno da eleição. O primeiro turno acontecerá em meados de outubro e, um mês depois, o segundo turno. A direita sagrou-se vencedora nas eleições primárias.
O candidato conhecido como “Bolsonaro argentino” obteve cerca de 30% dos votos, enquanto a chapa da centro-direita do partido tradicional de Magne, com dois candidatos disputando a preferência dos eleitores dentro do partido, somou cerca de 28% dos votos. Juntando Miley com os dois candidatos do partido Juntos pela Mudança, são quase 60% dos argentinos inclinando-se pela direita e sugerindo uma antecipação dos resultados.
Embora tenha perdido eleições regionais e seu partido tenha encolhido em outro ciclo eleitoral anterior, o candidato sagrou-se o grande vencedor dessa primeira rodada com 30% dos votos sufragados em seu nome. Ele saiu da urna como candidato vencedor do primeiro turno e muito bem posicionado para governar a Argentina. No entanto, terá que ter fôlego, já que seu partido não tem estrutura, base ou enraizamento na sociedade argentina.
O candidato tem se posicionado como um outsider, com ideias interessantes como dolarizar a economia da Argentina e acabar com o Banco Central. Ele é um economista formado em Chicago, assim como Paulo Guedes, mas é tido como um libertário e não como um conservador. Em termos de agenda econômica, o que ele propõe vai na linha daquilo que Paulo Guedes fez no Brasil. Teremos fortes emoções e motivos para voltar a comentar a eleição na Argentina em próximas oportunidades.
Veja o comentário de Paulo Moura no Análise da Tarde:
https://www.youtube.com/watch?v=JvK8g–6kRM