Mercado econômico com Antônio da Luz
Entrevista com Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
Segundo o economista, o Brasil viveu sua maior crise econômica entre os anos de 2014 a 2016, onde “afundamos” por 11 trimestres consecutivos, trazendo um empobrecimento para o país enorme que até hoje não conseguimos recuperar. O Brasil sofreu com inflação, desemprego e diversos outros problemas que foram gerados por problemas fiscais que começaram a partir do segundo mandato do governo Lula.
As mesmas medidas que foram tomadas naquele período, estão sendo retomadas agora, onde de janeiro do ano passado até novembro atual já percorremos cerca 80% do “caminho para o precipício” que fizemos entre 2010 a 2014.
Atualmente o governo brasileiro tem tido gastos extraordinários, com o déficit nominal do Brasil neste momento sendo maior do que o do período da pandemia. Segundo Antônio, o buraco é enorme mesmo com uma gigantesca arrecadação e aumentos da carga tributária, o que está gerando a inflação fazendo com que o banco central precise aumentar os juros.
O que é um problema fiscal?
Basicamente é quando o governo gasta acima do equilíbrio macro econômico. Quando existe a demanda do país junto da oferta temos um ponto de equilíbrio, que é justamente o nível de inflação. A demanda é construída pelo consumo das famílias, gastos do governo, investimentos, exportações e as importações, já a oferta é o nosso PIB real. Quando o governo gasta mais do que arrecada, gera um desequilíbrio fiscal, tendo um crescimento no PIB a curto prazo mas desorganizando a economia, resultando na inflação, pois não estamos ofertando tudo aquilo que demandamos artificialmente.
O economista-chefe da Farsul afirma que, a inflação está corroendo o poder de compra da sociedade e, logo mais os auxílios do governo como o bolsa família não serão suficientes para suprir as necessidades de uma família que necessita desse subsídio. Quando a inflação sobe o poder de compra da nossa moeda diminui, com a nossa renda compramos menos coisas, e consequentemente estamos empobrecendo. E desta forma, para o economista-chefe da Farsul, as pessoas que recebem auxílios governamentais são as mais atingidas e vulneráveis, sendo os primeiros que devem exigir um retorno do governo federal.
Caso o governo não tome decisões necessárias para o momento atual, vamos sofrer com menos renda, segurança, educação, saúde, emprego e benefícios sociais. Antônio diz que, se não tivermos um pacote bom vindo governo federal, provavelmente a Selic vai subir pelo menos para 13,75% e o câmbio pode chegar acima de R$6, aumentando ainda mais a inflação e diminuindo o poder de compra.