EDITORIAL – Crise de confiança
Vão-se as pessoas, as instituições ficam, permanecem.
As instituições da república, por mais duvidosos que possam ser seus integrantes, precisam ser respeitadas, afinal, foram criadas sob a égide de bons propósitos.
Além de respeitadas, deveriam ser admiradas.
Sim, deveriam, mas, no Brasil atual, não são respeitadas, e tampouco admiradas.
Infelizmente, sobre as instituições da república, o sentimento que impera na sociedade brasileira, são de desconfiança, e não raro, o medo, que é preocupante.
Mesmo sendo criadas e fundamentadas com princípios nobres, as instituições da república, muitas vezes contam com integrantes, cuja nobreza é duvidosa, e a população percebe, com tristeza, que determinada instituição está manchada, não só na imagem, mas pior ainda, no conteúdo, que se desviou para propósitos obscuros. Quase sempre a corrupção é quem dita o rumo das decisões.
O cidadão pagador de impostos, espera amparo das instituições da república, que na maioria das vezes lhe é negado sem explicações.
O cidadão pagador de impostos precisa acreditar que as instituições oferecem um mínimo de confiança, e que pode recorrer a elas quando necessitar de um mediador, ou mesmo quando achar que suas expectativas não estão a contento.
As instituições da república de qualquer país que se diz democrático, precisam transmitir um mínimo de confiança para a população não se sentir desamparada.
As instituições da república tem o dever moral de dar respostas satisfatórias aqueles que lhe provém o sustento, que são os pagadores de impostos.
Os integrantes das instituições da república tem que cuidar da imagem que é transmitida para a nação e para o mundo, que está sempre de olho nos rumores, positivos e negativos gerados por suas decisões.
Tudo isso parece o sonho de um paraíso, uma perfeição que jamais teremos?
Sim.
Mas no Brasil de hoje, a desconfiança que impera na população em relação às instituições da república, alcançou níveis difíceis de serem revertidos, haja visto que as decisões tomadas, caminham na direção oposta aos anseios mínimos de justiça que espera a população.
Todos passaremos, mas as instituições permanecerão, e o melhor seria se permanecessem sólidas e gozando de confiança, respeito e admiração da população.
No Brasil de hoje isso parece um sonho distante, e o que resta para a população é o sabor amargo da desconfiança, e do desamparo.
T&D