EDITORIAL – Dois pesos e duas medidas

Os fatos que estão emergindo das profundezas, envolvendo tribunais superiores e seus integrantes, não são surpresa, pois tudo foi feito sem o menor constrangimento. E com apoio explícito e escancarado de boa parte da imprensa, incluindo o famoso veículo de comunicação que está de posse das gravações (provas), que mostram que os ritos legais foram jogados no lixo.
O que realmente importava era a confecção, sob medida, de provas que deveriam ser usadas contra personas escolhidas a dedo por S. Exa.
Todos se lembram da famosa expressão “missão dada, missão cumprida”, que, na época, já dava mostras da capacidade dos tribunais e de seus integrantes de realizar investidas contra quaisquer contrários aos objetivos eleitorais que estavam em jogo.
Sim, havia um objetivo eleitoral claro, e, neste momento, com as revelações publicadas pelo famoso veículo de comunicação de São Paulo, as provas materiais mostram o modus operandi ilegal com o objetivo de criminalizar oponentes políticos e críticos que apontavam desvios de função nos tribunais superiores, também conhecidos como abusos de autoridade, com fins persecutórios.
Agentes da lei, agindo fora da lei…, não há situação pior que esta, onde aqueles que deveriam usar a balança para equilibrar os pesos, o fazem de maneira a prejudicar um dos lados, imputando-lhes crimes fictícios.
O aparato jurídico do estado a serviço da perseguição, e da injustiça.
Os diálogos revelados pelo veículo de comunicação são estarrecedores, e mostram que não há limites para se condenar alguém previamente escolhido por S. Exa.
Nas conversas, fica bastante claro que é necessário conseguir provas, seja como for, não interessando os meios, e então acusar os escolhidos de qualquer crime, e condená-los sem direito de defesa, como se fosse um tribunal de exceção.
E é exatamente isso que foi criado no Brasil, com o argumento de defender a democracia.
Defender a democracia sem direito de defesa?!
Pasmem!
A situação que vive o Brasil, hoje, é extremamente preocupante, pois estamos a caminho de um regime de exceção, a julgar pelas decisões já tomadas, dos mais cruéis da história. Como exemplo, de fato, já foram criadas as masmorras onde prisioneiros “culpados”, sob tutela do estado, morrem à míngua sem assistência médica.
Os que apoiaram esta situação de terror e medo, em breve estarão nas mesmas condições, haja vista estarmos sob um regime que não tem remorso, não tem compaixão, e como já provaram nos registros históricos, são capazes de tudo, sem o menor constrangimento, de defender a “democracia”, usando de todas as violências contra a vida humana, incluindo apoiadores de plantão.
A investida se dará por todos os lados para se perpetuarem no poder. Atualmente, estão tentando diminuir o alcance constitucional do legislativo. E logo virão outras surpresas desagradáveis que levarão o país para o submundo do submundo. Então, haverá choro e ranger de dentes.
É muito triste o que estão fazendo com o nosso país.
É muito triste.