Há bastante tempo que utilizamos este espaço aberto e democrático para defender a liberdade, a democracia.
Na qualidade de brasileiros e patriotas, sempre procuramos, por meio de argumentos, demonstrar os graves perigos que corríamos, caso a esquerda assumisse o poder no nosso país.
Durante todo tempo procuramos mostrar que, caso isso acontecesse, estaríamos em um barco à deriva e à beira do naufrágio.
Durante este período de alerta talvez pudéssemos ter sido chamados de catastrofistas, com uma imaginação apocalíptica fora da realidade, principalmente pelos que apoiavam a volta do PT, e de todo seu aparato ideológico ao poder.
Por muitas vezes sentimos na pele a hostilidade do establishment, que fez tudo para manter o status quo, a manutenção dos privilégios de poucos, em prejuízo ao restante da população, aliás, a quase totalidade dela.
O tempo, que é o senhor da razão, infelizmente provou que estávamos certos, e, hoje, não é com alegria que dizemos que estávamos certos, na verdade, gostaríamos de estar errados.
Houve momentos que nos sentíamos como dom quixotes, lutando contra moinhos de ventos, e ventos muito fortes, originados de todas as direções, e sempre a tentar abalroar nossos argumentos, e a hostilizar nosso debate com armas como as que hoje são usadas na Venezuela, como perseguições, violações da intimidade, e a desmonetização, vocábulo novo, usados por ditadores que dizem defender a democracia, mas não aceitam críticas.
Durante a campanha eleitoral em 2022, testemunhamos atos absurdos, decisões paranormais, como a proibição do uso da bandeira nacional em eventos e manifestações públicas, além da suspensão de propagandas políticas em plena campanha, e decisões judiciais extraterrestres, fora do arcabouço legal conhecido no país.
Testemunhamos uma campanha estranha de magistrados que desfilavam pelo congresso nacional posicionando-se contrários ao voto auditável, e dizendo defender a democracia.
Que democracia é esta que é contra a transparência do ato público?
Certamente não era a democracia que defendiam.
Também testemunhamos figuras de proa da sociedade apoiando a volta dos atuais ocupantes do poder, mas hoje entendemos, assim como argumentávamos à época, que tais figuras nunca pensaram no país como uma nação próspera e soberana…, eles queriam apenas o seu quinhão do erário, ainda que para isso fosse preciso sacrificar os mais humildes, e assim estão fazendo neste momento.
O discurso de defender os pobres não passa de palavras vazias, que não encontram respaldo na realidade.
Este último episódio, em que o governo se posiciona escancaradamente a favor de uma ditadura sanguinária como a da Venezuela, põe em xeque-mate todos os que desejaram e fizeram campanha pelo governo atual, e vão ser esconder de vergonha por terem trazidos para um país como o nosso, uma enfermidade ideológica que não tem cura, e com certeza eliminará muitos cidadãos brasileiros.
Temos lido, visto e ouvido alguns arrependidos, mas sinceramente, não acreditamos na sinceridade. Dado o comportamento deles durante a campanha, temos todo o direito de duvidar de suas palavras.
Nós, aqui neste espaço, com as pouquíssimas armas que temos, continuaremos a lutar pela liberdade e pela democracia, aquela democracia que os gregos inventaram, e não a que eles criaram recentemente, na escuridão, longe das luzes da transparência.
Não merecemos nos transformar em uma Venezuela.
T&D