Dizem os historiadores que o Papa Júlio II pagou 3.000 Ducados para Michelângelo pintar o teto da Capela Cistina, em Roma, que é onde acontece os conclavem que elegem os Papas.
Alguns outros relatos dizem que Michelângelo, de têmpera difícil, fez frequentes exigências de mais dinheiro.
Em A vida dos Artistas, Giorgio Vasari conta que, certa ocasião, Agnolo Doni, um rico e avarento mercador florentino, encomendou uma pintura a Michelângelo, que a fez e enviou por um mensageiro com a conta de 70 ducados.
O mercador florentino achou muito, e mandou 40 ducados. Michelângelo devolveu o dinheiro e disse que, ou o mercador pagava 100 ducados, ou mandasse a pintura de volta.
Agnolo Doni mandou então os 70 ducados iniciais. Michelângelo respondeu que, agora, a pintura valia 140 ducados.
O mercador florentino queria muito a pintura, e pagou os 140 ducados, o dobro do preço inicial.
A arte é como qualquer outro produto e tem seu preço definido pela aceitação ou não do público consumidor, e os preços podem e devem ser negociados livremente pelo mercado. Portanto, o estado não tem que subsidiá-la, e Michelângelo é só um exemplo.
A maior indústria do entretimento do mundo, a Hollywoodiana dos EUA, é totalmente fomentada com capital privado. Ali os sucessos ou fracassos não saem do suor do contribuinte, e o curioso é que todos os artistas querem atuar e terem sucesso nos EUA — onde não há subvenção e é necessário talento para sobreviver.
No Brasil não é assim.
Aqui, nossos artistas não precisam sequer se apresentar para o público. Podem até ficar em casa, garantidos pela subvenção de uma escandalosa lei que tira os proventos do lombo do trabalhador para sustentar a classe artística, numa espécie de Robin Hood ao contrário, haja vista que os artistas “merecedores” deste escândalo são os mais… é, os mais famosos, aqueles que adoram o dinheiro público, que juram defender a Amazônia. São esquerdistas desde sempre, e vivem fazendo campanhas para o PT, na certeza de que continuarão recebendo, faça chuva ou faça sol.
E eles estão e continuam recebendo muito bem, tão bem que, neste momento em que o país está literalmente em chamas, nenhum artista se dispôs a cantar “salve a amazônia”, e muito menos sair em defesa da mulher na questão do assédio de um ministro de alto escalão do governo.
Notem: Em 2023, foram autorizados mais de 16 bilhões para “projetos culturais abrigados na lei Rouanet”.
É muito dinheiro.
De outra parte, agora recente, saiu a informação que o governo vai confiscar mais de 8 bilhões de Reais esquecido nas contas de pessoas físicas e jurídicas para cobrir rombos orçamentários.
A incoerência é alarmante.
A arte, desde sempre, é um produto como qualquer outro, que tem seus custos e seus preços de venda, assim como a aceitação ou não pelo mercado. Portanto, os artistas precisam correr os mesmos riscos de outros empreendedores, desde grandes empresários, até o ambulante que grita seus produtos pelas ruas das cidades, como fez no início de sua carreira o camelô Silvio Santos.
O suor do trabalhador não pode bancar projetos artísticos mirabolantes, e muito menos assumir os compromissos trabalhistas e financeiros de artistas sem público.
A arte tem que se sustentar sozinha, assim como todo ser humano tem que suar para o próprio sustento.
T&D