Circula na imprensa que o BRICS aprovou a entrada de mais 10 países no bloco, entre estes países estão Cuba e Venezuela.
O BRICS hoje tem países integrantes das mais variadas matizes ideológicas, e Cuba e Venezuela certamente tornarão o bloco uma mega potência econômica, haja vista que a contribuição da ilha caribenha comunista e a bolivariana Venezuela são “super potências econômicas de altíssimo desenvolvimento” ??!!.
Ironias à parte, o BRICS, este grupo de países com sonhos autênticos de dominar o mundo, parece com algo como a torre de babel bíblica, onde ninguém fala a mesma língua, tanto no idioma, quanto nas aspirações, e muito menos em regimes de governo. E, neste caso, a coisa se assemelha a uma colcha de retalhos, misturando tecidos diferentes, como linho, malha, algodão e poliéster, tão diferentes que não podem ser costurados na mesma peça.
O sonho de desbancar o dólar como moeda de referência mundial é o único ponto de convergência neste bloco para lá de eclético, de resto, são como água e óleo, não se misturam.
O Brasil, por exemplo, não representa 1,5% do comércio mundial.
Lideramos as exportações mundiais do agronegócio em diversos produtos, mas mesmo assim nossa participação no comércio global é pífia. Com um governo de esquerda que persegue o agronegócio, e tem fortes tendências protecionistas com o chamado componente nacional, nosso país será ainda mais fechado para as trocas comerciais internacionais, dificultando a participação positiva em qualquer bloco comercial.
Um bloco comercial precisa ter um mínimo de alinhamento para ter chances de êxito, e o BRICS, com tantas divergências fundamentais, sejam em questões comerciais ou políticas, parece ser realmente uma torre de babel, com poucas chances de êxito.
O Brasil, com o governo atual , tende a se fechar para importações de produtos manufaturados para proteger a indústria nacional arcaica, com baixíssima produtividade e uma carga de impostos que dificulta exportações. Por isso, não tem muito a contribuir, haja vista que a dívida pública encarece o custo do dinheiro e impede investimentos que porventura possam ser de interesse do bloco.
Trocando em miúdos, o Brasil, com deficits gigatescos nas contas públicas, não tem nada a acrescentar ao bloco que possa atrair, gerar investimentos e desenvolvimento internamente.
Com as possíveis entradas de Cuba e Venezuela, o que é que estes dois países, com suas economias em frangalhos, poderão acrescentar ao bloco?
E a resposta é absolutamente nada!, a não ser tentar financiamentos para sustentar ditaduras e seus ditadores que nunca fizeram, e nunca farão nada por seus respectivos países. Assim sendo, só poderão sugar dinheiro a fundo perdido, ou seja, zero de contribuição.
Aliás, Cuba e Venezuela devem ao Brasil e não vão pagar, tanto que a garantia cubana são charutos.
Parece piada, mas não é.
Ademais, que tipo de alinhamento poderá haver entre Irã e Brasil, cujas diferenças sócio culturais, políticas, e aspirações são completamente díspares, pouquíssimo prováveis de se chegar a um consenso mínimo que justifique investimentos mútuos, e sem contar que o Brasil não oferece segurança jurídica nem para os domésticos, que dirá a estrangeiros.
Nos países que lideram o bloco, decisões sobre investimentos são tomadas em questão de horas, dado o modelo político que lá adotam. Já no Brasil, é uma loucura conseguir aprovações de investimentos, por exemplo, em infraestrutura e logística, que tanto necessitamos…, é uma via crucis, uma vez que pode ser embargada pelo STF, ou por partidos atrasados como é o próprio PT e seus correligionários. Como exemplo, temos a exploração de petróleo na margem equatorial, parada por questões ambientais, e a ferrogrãos, embargada temporariamente monocraticamente por um conhecido ministro do STF, que parece ter prazer em atrasar tudo.
Com tudo isso, qual interesse de outros países do BRICS em investir no Brasil? … sendo que, após iniciadas as obras, a qualquer momento podem ser embargadas sob os mais estranhos argumentos de qualquer de Suas Excelências das cortes superiores, e até mesmo do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, que poderá questionar a eleição de alguém do executivo envolvido no negócio.
Como é que o Brasil pode dar garantias reais de que haverá segurança para investidores, sejam eles do BRICS, ou de qualquer outra origem?
O Brasil está uma verdadeira bagunça, e para investir aqui tem que ser alguém alienado do mundo, com muito dinheiro para correr riscos desnecessários, e que tenham uma excelente saúde cardíaca, pois poderá sofrer um infarto, ao acordar um dia qualquer, e ficar sabendo pela imprensa que seus negócios foram dados aos índios, ou ao MST, como compensação por qualquer coisa, ou que as cortes superiores embargaram as obras, que só serão liberadas após comprovação de qualquer coisa de natureza desconhecida em um prazo de 72 horas.
Quanto à desbancar o dólar como moeda de referência no comércio mundial, chamem o hospício, e levem todos.
T&D