T&D – Tempo e Dinheiro

publididade

EDITORIAL – Quem são os compradores?

Compartilhe:

Grau de investimento parece ser algo como uma coroa de louros que todos almejam alcançar, afinal, quem é que não gostaria de ter acesso a recursos financeiros em condições mais favoráveis?
Mas o que realmente significa grau de investimento?
Bem, a análise financeira de um balanço contábil é uma ciência exata, tem muitos detalhes que devem ser avaliados, mas no final das contas, o que importa realmente é a capacidade de pagamento, gerada pelo fluxo de caixa futuro, aquele dinheiro que ainda vai entrar, e que poderá estar livre para honrar compromissos.
Aqui no Brasil, as contas públicas estão no vermelho e fora de controle, e em um vermelho sangue, o sangue da sociedade que é quem realmente paga conta pelo descontrole da gastança desenfreada e incompetente do governo.
Esta semana, notícias deram conta de que os pagamentos dos juros da dívida são os maiores de uma tal série histórica, ou seja, estão na estratosfera, e subindo, subindo aceleradamente.
Um dado preocupante para quem entende alguma de coisa de balanços contábeis, e que se preocupa em poder honrar compromissos futuros, pois significa que os riscos estão aumentando, por razões para lá de óbvias.
E com tudo isso acontecendo, dívida aumentando e juros também, o Brasil foi agraciado com a melhora do grau de investimentos dado pelas conhecidas agências de rating, aquelas que analisam balanços contábeis de tudo e de todos.
Isso deveria ser comemorado, afinal se estamos sendo agraciados com uma nota melhor, significa que os balanços contábeis do país estão melhores e que estamos em melhores condições de honrar compromissos, certo?
Errado, muito errado.
A dívida pública, ou o déficit fiscal estão fora de controle, e com tendências de piora no cenário em curto prazo com inflação ameaçando, haja vista que o Banco Central começou uma alta de juros (Selic), e segundo o mercado financeiro, deverá aumentar ainda mais, já que o governo não controla gastos, e está desesperado por arrecadar e diariamente. Desde 1° de janeiro de 2023, o assunto é aumentar impostos, sinais claros que não estão dispostos a fechar a torneira da gastança e melhorar o fluxo de caixa, trocando em miúdos, estão piorando os balanços contábeis.
Mas se estão piorando os balanços, como é que conseguiram uma melhora nas notas de crédito?
Esta realmente é uma boa pergunta, e a resposta pode ser bem misteriosa, afinal, quem é que analisa os balanços contábeis nestas agências de classificação?
Eis aí mais um mistério cuja resposta é para lá de complicada.
Mas dá para dar um “palpite”, principalmente nestes momentos em que só fala nas tais “bets” em Brasília.
Em 2008, quando explodiu a crise do subprime americana, as agências de classificação diziam que estava tudo às mil maravilhas, todo mundo estava tranquilo, ganhando dinheiro feito uma pirâmide financeira, com total aval de crédito dessas famosérrimas agências de risco, que não enxergaram nenhum risco na época…, e de repente, a bomba explodiu, e muita gente pulou da ponte, tamanho foi desespero de quem se viu sem nada, nem onde morar, do dia para noite, confiando cegamente nos balanços contábeis que tinham aval sabe se lá de quem, que não se preocupou e analisar com acuidade os números apresentados, e deu no que deu, e todos sabemos como foi duradouro o choro e o ranger de dentes.
Todos nós sabemos que os números das contas públicas, dos balanços contábeis do Brasil não são favoráveis, então, como pode ter melhorado o crédito do Brasil?
É misterioso!
Mas dá para dar “palpite”…. O comprador, sempre quer comprar pelo menor preço, assim sendo, nada melhor que esperar piorar para fazer o leilão.
Resta saber quem são os compradores, se eles também têm boas notas de crédito nas agências de rating, ou se são os donos delas?

T&D

Compartilhe:

publididade

Deixe um comentário

publididade

Site protegido contra cópia de conteúdo

AO VIVO: Acompanhe as principais notícias do dia na Record News

PRÓS E CONTRAS - 03/05/2023

JORNAL DA MANHÃ - 18/05/2023

VTV SBT - Ao vivo 24h