EDITORIAL – Sem perspectivas
Segundo o IBGE, a participação do setor manufatureiro no PIB é de aproximadamente 11% – percentual mais baixo dos últimos 70 anos. Segundo a FGV, a participação do Brasil no comércio mundial é de apenas 1,3%.
Números pífios para a décima economia mundial.
Nosso parque fabril é obsoleto, com produtos de baixa qualidade, e pouco competitivos para o mercado mundial.
As causas, desses números irrisórios, são basicamente os baixíssimos níveis de investimentos em tecnologias, burocracia tributária, altos impostos incidentes sobre a produção e mão de obra, e a falta de políticas que estimulem o desenvolvimento.
A indústria nacional também se acostumou ao protecionismo, à reserva de mercado, fugindo da competição… Vira e mexe pede ao governo barreiras contra produtos externos mais elaborados e mais baratos. E, mais grave, não se preocupam com inovações. O resultado é um parque fabril atrasado, cuja participação no PIB vem caindo consideravelmente, levando à desindustrialização.
Por isso, as exportações brasileiras são altamente dependentes do agronegócio, setor primário que, sozinho, representa quase 50% do total das exportações.
Recentemente, foi lançado pelo governo um pacote de incentivo à indústria, com mais do mesmo, e que já deu errado no passado. O atual Governo insiste em soltar dinheiro sem contra- partidas que promovam o desenvolvimento tecnológico. Pior é que insistem, também, em estimular o famigerado componente nacional, mais um erro crasso do planejamento centralizado desse Governo, haja visto que a indústria brasileira não produz equipamentos de ponta. Assim, a proteção ao atraso continua.
Os programas atuais tentam, novamente, estimular a economia com dinheiro público, pelo lado da demanda, e não da oferta, que seria o correto.
Mas isso parece muito distante das idéias e dos planos de desenvolvimento econômicos do modelo atual.
Estimular a demanda, sem a contra-partida da oferta, certamente causará inflação.
É urgente melhorar, e aumentar a produção de bens e serviços, estimulando a concorrência que, historicamente promove queda de preços, e aumenta o consumo.
O modelo atual nos distancia cada vez mais do mundo industrializado.
T&D