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Escalada na Guerra da Ucrânia impacta G20 e aumenta pressão sobre Brasil

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Momento é marcado por grande ataque aéreo russo e liberação dos EUA para que Kiev use mísseis de longo alcance no território do rival

Uma recente escalada na guerra da Ucrânia impactou as negociações do G20 no Rio de Janeiro e levou países europeus a exigirem uma condenação mais firme contra a ação militar da Rússia no documento final.

Nas últimas horas, a Rússia lançou dezenas de mísseis e drones contra a infraestrutura de energia da Ucrânia. Ao menos sete pessoas morreram, segundo a agência Reuters.

Morador em Odessa, na Ucrânia, caminha por destroços após bombardeio russo – Oleksandr Gimanov/AFP

De acordo com pessoas a par das negociações do G20, o novo episódio fez com que delegações da Europa redobrassem a pressão sobre o Brasil —que neste ano preside o grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes do globo— e outros países em desenvolvimento para que a declaração de líderes seja mais dura com Moscou.

A Rússia, que faz parte do G20, se opõe a essa ofensiva diplomática.

Como a Folha mostrou, o governo Lula (PT) costura no G20 uma declaração que preserva Rússia e Israel de críticas diretas pelas guerras na Ucrânia e em Gaza, respectivamente.

Negociadores dos países membros do grupo estão reunidos no Rio de Janeiro para tentar elaborar uma proposta de declaração final que possa ser chancelada pelos líderes que, nos dias 18 e 19, participam da cúpula do G20.

Na última rodada de negociações, que avançou pela madrugada deste domingo (17), membros do governo Lula disseram que o texto havia sido concluído e que seria aberto um período para que os negociadores fizessem as últimas consultas às suas chancelarias.

Mas desde a manhã de domingo havia dúvidas sobre se o texto costurado teria apoio unânime entre os membros do G20.

A delegação da Argentina, por exemplo, mantém firme sua oposição a temas de gênero, da Agenda 2030 e contra a chamada taxação dos super-ricos.

Os recentes acontecimentos no Leste da Europa colocaram mais um ingrediente para dificultar um acordo.

O principal ponto de discordância é o trecho do documento final que aborda as guerras na Ucrânia e em Gaza, que vem sendo debatido em reuniões restritas.

Países europeus queriam que fosse dado o mesmo peso para as duas guerras, enquanto nações árabes insistiam em maior veemência na condenação da morte de civis palestinos.

O texto negociado ainda não foi divulgado, mas pessoas que viram uma primeira versão avaliaram que ele atendia mais o pleito dos países em desenvolvimento do que do G7 (grupo das nações industrializadas liderado pelos EUA).

Com a redobrada pressão da Europa, isso pode mudar.

Outro acontecimento que tem potencial de influenciar nas negociações é a decisão do presidente Joe Biden de permitir que a Ucrânia use armas de longo alcance fornecidas pelos EUA para atacar o território russo.

A informação foi revelada pela agência Reuters, que cita pessoas familiarizadas com o assunto. Se confirmada, a decisão marca uma reviravolta na política de Washington no conflito entre Ucrânia e Rússia até aqui.

De acordo com essas pessoas, a Ucrânia planeja realizar seus primeiros ataques de longo alcance nos próximos dias. A Casa Branca não comentou o assunto.

A decisão de Washington, tomada dois meses antes da posse do presidente eleito Donald Trump em 20 de janeiro, acontece depois que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, passou meses pedindo que o Exército da Ucrânia fosse autorizado a usar armas americanas para atingir alvos militares russos distantes da sua fronteira.

O momento da guerra é crítico. Não está claro se Trump reverterá a decisão de Biden quando tomar posse. O republicano tem criticado a ajuda financeira e militar dos EUA à Ucrânia e prometeu acabar rapidamente com a guerra, sem explicar como.

Um porta-voz do presidente eleito não respondeu a um pedido de comentário. Richard Grenell, um de seus conselheiros mais próximos em política externa, no entanto, criticou a decisão. “Aumentando as guerras antes de deixar o cargo”, disse ele, em uma publicação no X.

Por: Patrícia Campos Mello; Ricardo Della Coletta – Folha de SP

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