Fátima Aparecida Pleti, exilada na Argentina, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes prometeu que divulgaria imagens do 8/1 para a sociedade (Foto: Reprodução/YouTube)
Em entrevista ao programa Café com a Gazeta do Povo, nesta sexta-feira (9), Fátima Aparecida Pleti, que foi condenada a 17 anos de prisão por participar dos atos de 8 de janeiro de 2023 e está exilada na Argentina, afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) prometeu divulgar imagens do fato em Brasília em uma das visitas que fez à Colmeia, penitenciária feminina do Distrito Federal.
De acordo com Fátima, em uma das visitas do ministro, ele prometeu às 147 presas que estavam na cela com ela, que as imagens do 8/1 seriam levadas ao conhecimento da sociedade. Entretanto, nada do que foi dito por Moraes, aconteceu.
“Muitas mulheres sofrendo e sem saber o motivo da punição. Não tínhamos armas, muitas nem em Brasília estavam. A passagem pelo cárcere deixou uma marca violenta na nossas vidas, especialmente na questão psicológica. Eu mesma perguntei pro Moraes se ele iria liberar as imagens das câmeras para que os culpados fossem punidos e ele nos disse que sim”, enfatizou.
Fatima questionou ainda a diferença de tratamento que é dado aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro e aos casos de corrupção no Brasil como, por exemplo, a fraude bilionária no INSS.
“Os poderosos conseguem tudo o que querem no nosso país. Esses que roubam e cometem crimes que deveriam estar presos e pagando pela desgraça que causam ao Brasil. Ao contrário disso, vão atrás de idosas, cadeirantes, mendigos, pipoqueiros. É uma cobrança que faço também ao Hugo Motta, presidente da Câmara, pois é preciso pautar a anistia para tentar diminuir as injustiças que vivemos”, concluiu.
Motta diz que há “consenso” sobre “penas exageradas” aos condenados do 8/1
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na última segunda (5) que há um “consenso” sobre as penas apontadas como desproporcionais aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, inclusive dentro do Judiciário.
Em vez de uma anistia ampla defendida pela oposição, ele defendeu a discussão sobre a dosimetria em uma proposta alternativa que está sendo articulada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não vai ser com arroubos, com atropelos, que nós vamos resolver essa situação. O que há na sociedade, dentro do Congresso e eu diria até dentro do próprio Judiciário de consenso nesse tema? É que há penas exageradas para pessoas que não mereciam essas penas”, disse o parlamentar em entrevista à afiliada da TV Globo na Paraíba, sua base eleitoral.
Por Guilherme Oliveira
09/05/2025 às 10:57
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