A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que a produção agropecuária deu o maior impulso para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. A instituição estima que a atividade econômica do Brasil cresceu 1,6% no período.
De acordo com a fundação, a produção rural cresceu quase 11% entre janeiro e março. Contudo, a instituição informou que o crescimento desse segmento se comportou de modo bastante concentrado. Assim, a FGV acredita que o ritmo de expansão da agropecuária não deve se manter ao longo do ano.
A forte contribuição da produção de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura foram cruciais para o crescimento”, informou Juliana Trece, coordenadora da pesquisa. “Porém, deve-se considerar que a maior parte da colheita de soja é realizada no primeiro trimestre.”
Segundo a FGV, as exportações da agropecuária figuraram como a maior responsável pelo superávit na balança comercial do país nos meses de março e abril — as vendas no mercado externo formam outro item importante para o desempenho do PIB no Brasil. Entre janeiro e abril de 2023, os embarques do setor renderam quase US$ 26 bilhões ao país.
Leia também: “O agronegócio alimenta o Brasil”, reportagem para a Edição 113 da Revista Oeste
Ministro de Lula não sabe explicar por que o agro não gosta do petista
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe questiona por que o setor do agronegócio não gosta do petista. A declaração do titular da pasta foi dada na segunda-feira 22, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
De acordo com Fávaro, o governo Lula busca melhorar relação com o agronegócio, apesar de tensões. O ministro revela que Lula constantemente busca se aproximar do setor agropecuário, mas reconheceu que o petista fez declarações duras contra o setor.
A relação entre o governo e o agronegócio tem se deteriorado, devido a invasões promovidas pelo MST, além da relação de membros do governo com o grupo de extrema esquerda. Fávaro criticou as recentes investidas do MST.
“Não faz sentido chamar atenção num governo que está aberto a dialogar”, criticou. “Eu preciso entender até onde querem chamar atenção. O governo é favorável à reforma agrária e a atender a reivindicação de homens e mulheres que têm vocação para ter uma terra para produzir alimentos. Não precisa desse extremo.”
Bancada do agro crítica agressividade de Lula

Para o líder da Frente Parlamentar do Agro na Câmara dos Deputados, Pedro Lupion (PP-PR), o presidente Lula tem agido de forma agressiva com o setor. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada na segunda-feira 22, o deputado critica a postura do petista.
Na opinião de Lupion, os comentários ofensivos de Lula contra o agro dificultam a relação com o setor e atrapalham os esforços de construção de pontes feitos por outros membros do governo.
Especialista rebate ataques à agricultura brasileira; ‘Há pelo menos uns cinco anos, a cobiça dos ambientalistas pelo Cerrado se intensificou’, disse Ricardo Felício
“Há pelo menos uns cinco anos, a cobiça dos ambientalistas pelo Cerrado se intensificou”, constatou o mestre em meteorologia e professor-doutor de climatologia pela Universidade de São Paulo, Ricardo Felício. “Assim que eles observaram a enorme prosperidade que a região desse bioma apresentou para a agricultura, os ataques, munidos com pseudociência e mitos, tomaram uma proporção avassaladora. O objetivo é fazer de tudo para primeiro inibir e, depois, derrubar todo o potencial que a área representa.”
Ecoterroristas contra a agricultura

“Na segunda semana de maio, o alvo foi o Cerrado. Segundo os ‘especialistas’ ouvidos por reportagens propagadas pela imprensa velha, a água no Brasil acabaria por causa da produção agrícola nesse bioma. Na realidade, uma afirmação fraudulenta desse tipo mereceria ser enquadrada, no mínimo, como terrorismo. Ela propaga um medo infundado, objetivando cercear as forças produtivas da região, amedrontar o país, difamar o trabalho daqueles que batalham dia após dia, além de ajudar a promover mais projetos de lei insanos, num Brasil que já tem cerca de 66% de sua área bloqueada para atividades humanas. Isso sem mencionar o assassinato da ciência climática e geográfica.
Das atrocidades que devemos aturar dos ‘especialistas’ que visam a pregar o discurso ideológico com afirmações que beiram o ridículo, temos a inclusão do ‘ecocídio’ (palavra que nem existe no léxico) de que a vegetação do Cerrado controla o regime de chuvas, inclusive dos Estados do Sul do Brasil, e que isso traria um apagão elétrico.
Como se não bastasse o absurdo de que árvores da Amazônia fazem chover no Sudeste, agora querem nos fazer crer que a vegetação do Cerrado controla precipitações e rios do Sul do Brasil. A vegetação é dependente do clima e de seus elementos. A temperatura e os totais pluviométricos, em especial estes últimos, são os parâmetros mais determinantes para o tipo e a densidade da massa vegetal que envolve as regiões do globo. Isso é ciência consolidada, utilizada por meteorologistas e climatologistas consagrados há mais de um século, como Julius von Hann, Wladimir Köppen, Rudolf Geiger e Augustin Candolle, para os quais um dos traçadores atmosféricos utilizados para realizar as classificações climáticas foi a vegetação.
Em outras palavras, a vegetação do bioma amazônico é daquele jeito por causa da predominância do seu clima. Da mesma forma, o Cerrado apresenta-se com as suas características peculiares porque o clima atuante sobre a sua área assim o permite.”
O assinante da REVISTA OESTE pode ler a reportagem completa sobre agricultura ao clicar neste link.