As tarifas sobre o café brasileiro anunciadas pelos Estados Unidos preocupam, num primeiro momento, o setor cafeeiro
Temos acompanhado atentamente a reação de outros segmentos do agronegócio, especialmente aqueles diretamente impactados, como a cafeicultura brasileira. O recente anúncio de aumento das tarifas por parte do governo americano atinge toda a cadeia produtiva do café no Brasil e impõe custos adicionais ao consumidor norte-americano, com reflexos inflacionários que afetam diretamente o poder de compra da população dos Estados Unidos.
Avaliamos ainda o impacto no cotidiano dos consumidores americanos, que têm no café um hábito consolidado, seja no café da manhã em suas residências, seja ao longo do dia nos escritórios e locais de trabalho. A expectativa é de que esse costume, de tomar várias xícaras de café ao longo do dia, seja mantido.
O governo brasileiro tem se mostrado disposto a negociar, o que consideramos uma saída inteligente e necessária, pois contribui para dar estabilidade e tranquilidade ao mercado nesse momento de incertezas.
O que nos chama atenção é que a taxação do café brasileiro é diferente. Se não for imposta sobre os demais exportadores de café para o mercado americano no mesmo percentual – muito embora sendo nós os maiores – o conjunto de pequenos países produtores poderá sim trazer algumas consequências.
Seguiremos acompanhando de perto as discussões que estão sendo conduzidas pelo governo brasileiro e, em especial, pelo senhor Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, somente após suas conclusões, estaremos prontos para intensificar o trabalho de expansão em novos mercados e outros consumidores já tradicionais, especialmente naqueles com economias sólidas e populações que já apreciam o café brasileiro. Nosso produto, além do sabor reconhecido mundialmente, também cumpre com excelência todos os princípios da sustentabilidade, tanto social quanto ambiental.
Essa é a posição do Conselho Nacional do Café.
Silas Brasileiro
Presidente do Conselho Nacional do Café