A situação do milho nos Estados Unidos está pior do que a da soja. A qualidade das lavouras de milho melhorou, com 59% das lavouras classificadas como Boa ou Excelente. A safra deste ano está melhor do que a do ano passado, com perdas importantes, mas já está se definindo. No mercado de Chicago, há três fatores negativos: queda do petróleo, queda do trigo e melhoria da qualidade das lavouras. Todos os fundamentos mais importantes do milho são negativos.
No Brasil, além do mercado externo negativo, a B3 continua observando que ainda há uma safra gigantesca em colheita e muito milho a ser negociado. Neste momento, há cerca de 56-57 milhões de toneladas de milho em aberto nas mãos dos produtores e não foi negociado. A maioria desse milho está em aberto nas mãos dos produtores, sem contrato de proteção da B3 ou de Chicago.
Nos próximos meses, ainda haverá muito milho para ser negociado. Mesmo com o dólar em alta, o que poderia amenizar um pouco a queda de Chicago, a B3 também está liquidando. O primeiro mês curto está em 56 e pouco, o milho já baixou muito, era mais de 60 há um mês. Hoje, apenas os contratos mais longos de março do ano que vem estão acima dos 60, sinalizando que o mercado vai se acomodando em patamares menores em reais.
O valor do milho em dólar está caindo e a relação de troca também está apertando. Tanto a soja quanto o milho estão com relação de troca cada vez mais apertada, o produtor vai pagar mais grãos para comprar os mesmos insumos. O plantio começa em duas ou três semanas e as máquinas já estão no campo. O milho já está começando a ser plantado no sul também nesta semana e na próxima. É preciso insumos, combustível, adubo, defensivos e sementes ainda têm para negociar.
Veja o comentário completo do Vlamir Brandalizze no Minuto do Milho: