Análise do mercado da soja com Vlamir Brandalizze: influência do petróleo e do USDA
O mercado da soja iniciou a semana com potencial para altas, impulsionado pela expectativa em torno do relatório do USDA, divulgado no início da semana. No entanto, a queda no preço do petróleo influenciou negativamente grande parte das commodities, incluindo a soja. Essa retração deve ser interpretada como um movimento momentâneo, já que o próprio mercado do petróleo tende a passar por correções nos próximos dias.
Petróleo pressiona commodities, mas não dita tendência no mercado da soja
Apesar da pressão negativa observada hoje, não se trata de uma tendência de longo prazo. A oscilação no petróleo causou um efeito manada que refletiu diretamente nos preços da soja, especialmente nos contratos de curto prazo, como os de maio, junho e julho. Nos portos brasileiros, essa instabilidade pressionou os valores pagos ao produtor rural, gerando apreensão no mercado interno.
Relatório de exportações do USDA e ausência da China impactam o cenário
Outro fator que contribuiu para a queda no mercado foi a divulgação do relatório de exportações do USDA, que veio com viés negativo ao não registrar novas compras de soja por parte da China nesta semana. A ausência de demanda chinesa é sempre um indicativo de cautela para o setor, uma vez que o país asiático é um dos principais compradores globais da oleaginosa.
Mercado brasileiro: impacto imediato nos preços e suporte para setembro
No Brasil, o reflexo das notícias internacionais resultou em uma queda média de R$1,00 no valor recebido pelo produtor em comparação com o dia anterior. Por outro lado, houve uma leve melhora nos prêmios pagos pelos compradores, com variações entre 5 a 10 pontos. Para o contrato de setembro, o suporte técnico está próximo de US$10,30 por bushel, o que é considerado positivo, pois impede uma queda abaixo do patamar de US$10.
Perspectiva de recuperação nos próximos pregões
Apesar do dia negativo, a perspectiva para o mercado da soja continua otimista. Com possíveis correções no mercado de petróleo e a chance de retomada da demanda internacional, especialmente por parte da China, existe a possibilidade de recuperação nos próximos pregões. O produtor deve acompanhar de perto os desdobramentos do mercado internacional e o comportamento dos prêmios nos portos brasileiros para tomar decisões mais estratégicas nas vendas futuras.
