O significativo aumento no vencimento de títulos prefixados resultou em uma leve diminuição na Dívida Pública Federal (DPF) durante julho. De acordo com informações divulgadas pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (29), a DPF passou de R$ 6,191 trilhões em junho para R$ 6,142 trilhões no mês subsequente, registrando um decréscimo de 0,8%.
No mês de abril, esse indicador ultrapassou a marca de R$ 6 trilhões pela primeira vez. Apesar da redução em julho, o Tesouro projeta um aumento na DPF nos próximos meses. Conforme delineado no Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado no final de janeiro, é esperado que o montante da DPF esteja situado entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões ao encerrar o ano de 2023.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), representada por títulos, experimentou uma queda de 0,74%, passando de R$ 5,957 trilhões em junho para R$ 5,913 trilhões em julho. No último mês, o Tesouro realizou o resgate de R$ 89,86 bilhões em títulos, excedendo a quantidade emitida, especialmente em papéis prefixados, que geralmente vencem no primeiro mês de cada trimestre. A diminuição na DPMFi foi contida em parte pela incorporação de R$ 45,7 bilhões em juros.
Através da inclusão de juros, o governo reconhece mensalmente a correção dos juros que incide sobre os títulos, adicionando esse valor ao total da dívida pública. Considerando a taxa Selic (taxa básica de juros da economia) de 13,25% ao ano, a inclusão dos juros impacta o endividamento do governo.
No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 134,347 bilhões em títulos da DPMFi. Com uma grande quantidade de títulos vencendo em julho, os resgates totalizaram R$ 224,207 bilhões. A diferença entre emissões e resgates foi a mais expressiva desde janeiro desse ano, quando os vencimentos de títulos prefixados atingiram um recorde.
No cenário internacional, a desvalorização do dólar em julho contribuiu para o aumento do endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) declinou em 2,17%, passando de R$ 234,04 bilhões em junho para R$ 228,96 bilhões em julho. O principal fator foi a queda de 1,61% na moeda norte-americana no último mês.
O peso do câmbio na dívida pública, composto por títulos da dívida interna ajustados em dólar e pela dívida externa, diminuiu de 3,99% para 3,93%. A proporção da dívida pública ligada ao câmbio está dentro das faixas definidas pelo PAF para o final de 2023, que varia entre 3% e 7%.
As instituições financeiras permanecem como as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com uma participação de 29,2% no estoque. Os fundos de investimento, com 24,1%, e os fundos de pensão, com 23,1%, ocupam a segunda e terceira posições na lista de detentores da dívida.
A participação de não residentes (estrangeiros) diminuiu, passando de 9,5% em junho para 9,2% em julho, atingindo o menor nível desde setembro do ano anterior. Essa porcentagem permanece inferior à registrada em fevereiro, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública estava em 9,8%. Os demais grupos de investidores totalizam uma participação de 14,3%.
Através da emissão de títulos da dívida pública, o governo obtém recursos emprestados de investidores para cumprir compromissos financeiros. Em troca, o governo se compromete a reembolsa-los após alguns anos.
Fonte: Agência Brasil