As altas que se registraram para os futuros da soja na Bolsa de Chicago no fechamento do pregão desta sexta-feira (9) mesmo com a divulgação de um novo reporte mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é reflexo de que, de fato, o mercado internacional está focado no clima norte-americano. As preocupações com as condições de tempo para o desenvolvimento das lavouras americanas, afinal, estão se intensificando.
As imagens atualizadas nesta semana pelo Drought Monitor sinalizam uma expansão considerável nas áreas de soja e milho sofrendo com alguma condição de seca.
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O reporte da ferramenta afirma que “há uma larga escala de seca anomal e a moderada ocorrendo, em especial no leste do rio Mississippi e no centrol de Minnesota, onde a combinação do déficit de chuvas e a dimninuição da umidade do solo estão prevalecendo. Um cenário semelhante se registra também ao longo do rio Missouri, no oeste de Iowa, com algumas regiões sofrendo com severa seca”.
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Dessa forma, o que preocupa além dos volumes de chuvas previstos para os próximos dias são também a sua distribuição. Até que estas precipitações se confirmem, a seca se desenvolvendo por boa parte do Corn Belt acende sinais importantes para o mercado, em especial no caso do milho, que costuma ser plantado mais cedo no país.
Todavia, com um cenário climático favorável, o início desta temporada teve um plantio bastante acelerado, inclusive para a soja, com mais de 90% da área já semeada até a última semana, o que também deixa as preocupações, portanto, mais latentes.
As atenções estão redobradas porque 45%, aproximadamente, das áreas de milho estão passando por alguma condição de seca, contra 34% da semana anterior.
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E na soja, o índice passou de 28% para 39%, como mostram as áreas hachuradas em vermelho.
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“Os Estados Unidos estão com um dos piores inícios de safra da história! É claro que quem manda agora é o clima, porém o que vimos para trás, é ruim em termos de qualidade. O negócio é identificar o que vem na frente (entre os fatores que irão direcionar os mercados). Temos previsões de poucas chuvas nos próximos 5 a 10 dias, entretanto, o padrão geral esperado é de precipitações abaixo da média”, explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira.
Os mapas atualizados pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, apontam para bons volumes de chuvas chegando nos próximos cinco e próximos sete dias no país, em especial na região leste dos Estados Unidos, como mostram as imagens na sequência.
No período de 10 a 15 de junho, estados como Illinois, Indiana, Ohio, Kentucky e o Missouri podem receber até 25 mm de chuvas, enquanto partes Iowa podem alcançar até 29 mm, como também a Dakota do Sul.
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Com este cenário, o que os mercados e os traders esperam agora é saber o quanto destas chuvas irá se confirmar nas próximas semanas e quais os impactos disso para o futuro dos preços. Somente nesta sexta-feira, os futuros da soja subiram entre 15,25 e 23,25 pontos, levando o julho aos US$ 13,86, o agosto a US$ 12,96 e o novembro – referência para a safra americana – de volta aos US$ 12,04 por bushel.
