Na quinta-feira, foi relatado pela consultoria Barva Invest, sediada em Kiev, e uma empresa de segurança britânica que a Ucrânia suspendeu o uso de seu recém-inaugurado corredor de grãos do Mar Negro devido a ameaças de aeronaves de guerra russas e minas marítimas.
O corredor humanitário foi estabelecido em agosto como uma medida para contornar um bloqueio no Mar Negro, após a Rússia abandonar um acordo que garantia as exportações marítimas de Kiev durante a guerra. No entanto, a suspensão temporária do tráfego de navios de e para os portos entrou em vigor em 26 de outubro, com possibilidade de extensão, conforme comunicado pela consultoria no aplicativo de mensagens Telegram.
Embora as autoridades ucranianas não tenham respondido imediatamente a solicitações de comentários, os contratos futuros de trigo de Chicago, um indicador global de preços, reagiram às notícias, se recuperando de uma mínima anterior de duas semanas.
A consultoria revelou que a suspensão já estava em vigor há dois dias, devido a um pedido das forças militares, que mencionaram um aumento da atividade da aviação militar russa na região. Na semana anterior, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que aviões de guerra russos com mísseis Kinzhal estavam patrulhando o Mar Negro.
Conforme um relatório da empresa britânica de segurança marítima Ambrey, a Autoridade Portuária Ucraniana divulgou um comunicado na noite de quarta-feira, anunciando a interrupção do movimento de navios ao longo do corredor de entrada e saída em 26 de outubro de 2023. Além disso, foi informado que a Força Aérea Russa possivelmente lançou minas marítimas na área de trânsito do corredor de grãos ucraniano, próximo à Ilha Snake, na Ucrânia, e que as forças ucranianas estavam em operações para localizar e destruir essas minas.
De acordo com autoridades ucranianas e fontes de transporte, mais de 40 navios de carga utilizaram o corredor até o momento, transportando cerca de 1,5 milhão de toneladas métricas de cargas, principalmente grãos, sementes oleaginosas, óleos vegetais e farelos. Os produtores agrícolas ucranianos expressaram esperança de que a nova rota possa compensar parcialmente o impacto da decisão da Rússia de sair do acordo anterior firmado pela ONU, possibilitando a exportação de até 2,5 milhões de toneladas de alimentos por mês.
Fonte Reuters