A poucos dias de seu encerramento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) enfrentou um apertado cronograma de trabalho nas últimas semanas.
Devido ao recesso parlamentar ocorrido no meio do ano e ao feriado de 7 de Setembro, que encurtou a semana de trabalho no Congresso Nacional, a comissão não terá a oportunidade de ouvir 11 pessoas que haviam sido convocadas para prestar esclarecimentos sobre alegadas invasões e financiamento de ações pelo MST. Nessa lista (veja a relação completa no final da reportagem), estão dois funcionários do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral): o diretor-presidente Jaime Messias Silva e o gerente-executivo José Rodrigo Marques Quaresma. Eles deveriam ter sido ouvidos pela CPI na última segunda-feira (4), mas os depoimentos foram suspensos pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que resultou no cancelamento da sessão prevista para esse dia.
A oposição tinha a intenção de usar esses depoimentos para fortalecer sua posição contra o governo e aprovar a convocação do ex-governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), mas essa iniciativa não se concretizou.
Uma investigação realizada pela CPI em Alagoas no mês passado revelou que o governo estadual, durante o mandato de Renan Filho como governador, financiou atividades do MST por meio do Iteral.
Outro obstáculo que frustrou os esforços da oposição foi uma manobra do governo para enfraquecer a comissão e anular a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que havia sido aprovada pelo colegiado.
Apesar das dificuldades e derrotas, o presidente da CPI, Zucco (Republicanos-RS), afirmou à CNN que o comitê avançou consideravelmente nas investigações e recebeu várias denúncias ao longo de seus trabalhos.
Fonte: CNN Brasil
