De acordo com um corretor local em Mato Grosso, o atraso no plantio da soja na região de Primavera do Leste pode ter sérias repercussões na semeadura do milho de segunda safra e, consequentemente, comprometer a produção do Estado. Segundo ele, o plantio seguro do milho requer que a colheita da soja seja concluída até 20 de fevereiro. No entanto, devido ao atraso, alguns produtores planejam plantar ou replantar a soja na semana seguinte, o que inevitavelmente afetará a semeadura do milho.
A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) expressou preocupação com o impacto das altas temperaturas nos últimos dias sobre o plantio da soja, resultando na necessidade de replantio em algumas áreas devido ao comprometimento do desenvolvimento inicial das lavouras. O presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, destacou que esse cenário desestimula os produtores, especialmente devido ao custo que torna o plantio do milho inviável em muitas regiões.
O corretor salientou que mesmo se os produtores já estivessem realizando o plantio, o prazo para a semeadura do milho já estaria comprometido. Geralmente, até o final de outubro, cerca de 80% da área destinada à soja é semeada, mas no momento, apenas cerca de 20% foi plantada na região.
Além disso, nos últimos anos, a relação de troca para o milho de segunda safra já não vinha sendo favorável, levando muitos produtores a desistirem de adquirir insumos para o plantio da próxima safrinha. Com o atraso no plantio da soja, a janela de tempo para a semeadura do milho em fevereiro pode ser muito curta e os produtores podem enfrentar dificuldades com os insumos. Se a janela for perdida e o plantio precisar ser feito em março, os produtores podem optar por outras culturas, como feijão, sorgo ou milheto.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até a última sexta-feira (13), a semeadura da soja havia atingido apenas 35,09% da área prevista, em comparação com 41,35% na temporada anterior.
Fonte Broadcast Agro