Aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso acreditam que uma eventual prisão do ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL) neste momento poderia sustentar a tese de que o ex-Presidente é alvo de perseguição. Eles indicam como melhor alternativa a ampliação das restrições contra ele.
Nessa segunda-feira (25), parlamentares chegaram a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) para solicitar a prisão preventiva de Bolsonaro após a divulgação da notícia do “The New York Times” de que o ex-Presidente passou dois dias na Embaixada da Hungria no Brasil em fevereiro, dias após o STF ter determinado a apreensão do seu passaporte.
Apesar do burburinho inicial, parlamentares alinhados ao governo passaram a defender nos bastidores que uma eventual ordem de prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, poderia inflamar a militância que apoia o ex-Presidente. A medida, avaliam, fortaleceria a tese de que Bolsonaro é um perseguido político.
Há a leitura de que as provas contra o ex-Presidente ainda são juridicamente frágeis e que é preciso cautela para evitar que qualquer movimento equivocado acabe o beneficie e facilite a narrativa de vitimização.
Apesar desse sentimento de cautela, aliados de Lula avaliam que a iniciativa de Bolsonaro de ter ido à Embaixada da Hungria é suficiente para a ampliação do rol de medidas restritivas contra ele.
Além de já ter o passaporte apreendido, Bolsonaro está proibido de falar com outros investigados e não pode participar de eventos militares. Restrições adicionais poderiam incluir a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de visitas a embaixadas.
Valor