T&D – Tempo e Dinheiro

publididade

Após mínima de 3 anos, soja registra alta semanal no Brasil, aponta Cepea

Compartilhe:

SÃO PAULO (Reuters) – Após operarem nos menores patamares em três anos com a colheita de uma safra recorde, os preços da soja reagiram nesta semana no Brasil, com retração de vendas de produtores, uma demanda mais firme e ganhos no mercado de Chicago, apontou análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

No mercado spot, o Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá da soja subiu 1,7% de 27 de abril a 4 de maio, a 138,49 reais/saca de 60 kg na quinta-feira. O Indicador Cepea/Esalq – Paraná avançou 1% no mesmo período, a 132,18 reais/saca na quinta.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, de 27 de abril a 4 de maio, os preços ficaram estáveis no mercado de balcão (pago ao produtor).

“O movimento de baixa foi interrompido pela firme demanda e pela retração de sojicultores no Brasil. Agentes nacionais estão atentos ao maior apetite do mercado global nesta temporada e à baixa produtividade de soja na Argentina, país que pode colher a menor produção em 24 temporadas”, disse a análise.

O impulso ao preço doméstico também veio da valorização da soja em Chicago. O contrato maio subiu 1,5% ante o dia 27 de abril, disse o centro de estudos.

O Cepea também citou que a diminuição das negociações no spot nacional está atrelada também à falta de espaço nos principais portos brasileiros, onde os prêmios ante os contratos futuros de Chicago seguem negativos.

Anec vê prêmio negativo da soja do Brasil atraindo China, cita pressão nos portos

SÃO PAULO (Reuters) – O prêmio negativo para a exportação de soja do Brasil, com uma safra recorde agravando o déficit de armazenagem do país e pressionando as operações nos portos, tem atraído a China, maior importador global, avaliou nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em boletim semanal.

A associação que reúne as principais tradings e processadoras de soja do mundo notou, contudo, que há sinais de a demanda chinesa estar inferior ao previsto, ao apontar projeções de exportações em maio abaixo do embarcado em abril e março pelo país.

Isso mesmo com uma demanda pouco usual dos Estados Unidos, segundo produtor e exportador global depois do Brasil, pela oleaginosa brasileira.

“Os Estados Unidos produziram menos do que o esperado e estão importando pelo grande diferencial de preços que ofertamos. E, até o momento, já importaram quatro navios com soja brasileira. Ademais, os prêmios de exportação negativados estimularam a China”, disse a Anec.

“Apesar disso, há indícios que a demanda chinesa pode estar menor do que o esperado, devido ao esmagamento chinês estar menor, com baixos volumes de processamento no país”, comentou a associação.

A Anec comentou ainda que a Argentina, terceiro produtor global, também precisará importar “muita soja” do Brasil, após a quebra de safra pela seca. Carregamentos brasileiros já foram feitos para o país vizinho, tradicionalmente o maior exportador de óleo e farelo de soja.

Neste contexto, de países sendo atraídos pelos prêmios negativos da soja brasileira, mesmo que a demanda chinesa não esteja das melhores, a Anec estimou com base na programação de navios que o Brasil deverá aumentar a exportação de soja em maio ante o mesmo mês do ano passado para cerca de 12 milhões de toneladas, mas o volume será inferior a abril e março de 2023.

Se o volume de soja previsto para maio for confirmado, o Brasil exportaria este mês menos do que as 13,9 milhões de toneladas de abril e também ficaria abaixo do total de março deste ano (14,4 milhões de toneladas), segundo dados da Anec, que apontam crescimento de quase 2 milhões ante maio de 2022.

DÉFICIT DE SILOS

A safra recorde acima de 150 milhões de toneladas –com colheita perto do final– e o déficit de armazenagem no Brasil têm feito o setor pagar um preço, com o valor da soja recuando pressionado por prêmios negativos nos portos brasileiros ante os valores internacionais.

Na véspera, a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio estimou que os prêmios negativos em boa parte do ano devem gerar perda para a cadeia produtiva do país de 30,5 bilhões de reais em 2023, considerando soja e milho que poderiam ser vendidos em melhores condições se o produtor tivesse melhor capacidade de armazenagem.

Segundo a Anec, “esse problema está fazendo com que os portos trabalhem muito perto da sua capacidade máxima”.

“Há baixa expectativa de melhoras de preços para milho e soja a curto prazo, consequência deste déficit (de armazenagem)”, acrescentou.

“O problema logístico brasileiro, que está causando queda nos preços da soja, deverá ocorrer também após a colheita do milho segunda safra”, disse a Anec, em referência ao cereal que deverá chegar em maiores volumes ao mercado em junho.

A associação estimou ainda a exportação de milho do Brasil em 324 mil toneladas em maio, ante 1,09 milhão no mesmo mês em 2022, após quase 7 milhões de toneladas de exportação do cereal no primeiro bimestre.

Já a exportação de farelo de soja do Brasil deve alcançar 2,2 milhões de toneladas neste mês, contra 1,89 milhão em maio de 2022 e 1,7 milhão em abril.

 

 

Compartilhe:

publididade

Deixe um comentário

publididade

Site protegido contra cópia de conteúdo

AO VIVO: Acompanhe as principais notícias do dia na Record News

PRÓS E CONTRAS - 03/05/2023

JORNAL DA MANHÃ - 18/05/2023

VTV SBT - Ao vivo 24h