VIENA (Reuters) – A Arábia Saudita fará cortes profundos na produção de petróleo a partir de julho como parte de um acordo mais amplo de limitação da produção da Opep+, no momento em que o grupo enfrenta uma queda dos preços do petróleo e um iminente excesso de oferta.
O ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz, disse que o corte de 1 milhão de barris por dia (bpd) por Riad pode ser estendido além de julho, caso seja necessário.
A Opep+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, chegou a um acordo sobre a política de produção após sete horas de negociações e decidiu reduzir as metas gerais de produção em mais 1,4 milhão de barris por dia a partir de 2024.
No entanto, muitas dessas reduções não serão reais, pois o grupo baixou as metas para Rússia, Nigéria e Angola para alinhá-las com seus atuais níveis reais de produção.
Por outro lado, os Emirados Árabes Unidos tiveram permissão para aumentar a produção.
A Opep+ produz cerca de 40% do petróleo bruto mundial, o que significa que suas decisões políticas podem ter um grande impacto nos preços do petróleo.
A Opep+ já implementou um corte de 2 milhões de bpd, o equivalente a 2% da demanda global, acordado no ano passado.
Em abril, o grupo também concordou com um corte voluntário inesperado de 1,6 milhão de bpd, que entrou em vigor em maio e vai até o final de 2023.
A Arábia Saudita afirmou neste domingo que estenderá sua parcela de cortes voluntários de 500 mil bpd até 2024. Não ficou claro se a redução de 1 milhão de julho é além dos 500 mil bpd ou se este número seria incluído na redução de julho.
O anúncio de abril ajudou a elevar os preços do petróleo em cerca de 9 dólares por barril, para acima de 87 dólares, mas os valores recuaram rapidamente sob a pressão das preocupações com o crescimento econômico e a demanda globais. Na sexta-feira, o petróleo Brent LCOc1 fechou a 76 dólares.
As nações ocidentais acusaram a Opep de manipular os preços do petróleo e minar a economia global por meio dos altos custos do combustível. O Ocidente também acusou a Opep de ficar do lado da Rússia, apesar das sanções ocidentais sobre a invasão de Moscou à Ucrânia.
Em resposta, membros da Opep disseram que a impressão de dinheiro pelo Ocidente na última década aumentou a inflação e forçou os países produtores de petróleo a agir para manter o valor de seu principal produto de exportação.
Países asiáticos, como China e Índia, compram a maior parte das exportações russas de petróleo e se recusaram a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.