Se o candidato Javier Milei for eleito presidente da Argentina em 2024, é provável que o país enfrente mais um ano de inflação superior a 100%. O primeiro ano do novo governo também pode ser caracterizado, na melhor das hipóteses, por um Produto Interno Bruto (PIB) estagnado.
Independentemente do vencedor das eleições, que ocorrerão em 22 de outubro, os economistas acreditam que reformas para reduzir o déficit fiscal e unificar as mais de 20 diferentes taxas de câmbio em vigor atualmente devem ser implementadas no início de 2024. Inicialmente, essas medidas podem resultar em uma queda na atividade econômica e em mais inflação. No entanto, essas reformas são consideradas necessárias para reduzir as distorções na economia argentina. Atualmente, o país registra uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até julho de 113,4%, e as expectativas apontam para um índice entre 150% e 180% até o final do ano. O Banco Central possui reservas líquidas negativas, o que significa que deve dólares aos bancos, e a economia está em um patamar equivalente ao de 12 anos atrás. Além disso, o país enfrenta dificuldades para acessar os mercados internacionais para obtenção de financiamento.
A incerteza política aumentou em agosto com a vitória de Javier Milei nas primárias, já que o candidato expressou a intenção de “dinamitar” o Banco Central e dolarizar a economia. No entanto, seu assessor econômico, Darío Epstein, sugeriu que a dolarização não ocorrerá se o país não tiver dólares suficientes. Portanto, a situação econômica e política na Argentina é desafiadora e incerta no momento, e os resultados das eleições e as medidas subsequentes terão um impacto significativo no futuro do país.
Fonte: Estadão