O ministro do trabalho, Luiz Marinho, anunciou ontem um projeto do governo de recriação do imposto sindical. O detalhe é que o valor proposto é o triplo do anterior e praticamente no mesmo formato. Ou seja, o imposto voltaria a ser obrigatório, descontado na folha de pagamento de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, aprovado em assembleias de dissídio coletivo.
Esse tipo de assembleia já é conhecido por funcionar com uma meia dúzia de trabalhadores sindicalizados controlados e manipulados pela diretoria dos sindicatos. Enquanto a massa é cansada com discursos exaustivos, os trabalhadores permanecem nas assembleias até o fim. Quando a assembleia é esvaziada, é votada e aprovada uma alíquota de imposto sindical que pode chegar a três vezes o valor anterior.
Alguns acreditam que essa questão das três vezes o valor anterior é um “bode na sala”, ou seja, a velha tática de colocar um bode fedorento na sala para que todos reclamem. Quando o bode é retirado, a sala continua como estava antes e todos ficam satisfeitos. No caso, continuar como estava antes seria continuar com o antigo imposto sindical. É isso que Luiz Marinho espera.
O ministro do trabalho afirma que não está discutindo imposto sindical, mas sim o financiamento dos sindicatos. No entanto, muitos argumentam que o financiamento dos sindicatos é um problema dos próprios sindicatos. Em qualquer país livre do mundo, a associação sindical é voluntária. O trabalhador se filia se quiser e os dirigentes sindicais são obrigados a mostrar o trabalho, defender os interesses dos trabalhadores e prestar serviços que justifiquem o abatimento voluntário da mensalidade sindical no contracheque do trabalhador.
Veja o comentário completo de Paulo Moura no quadro Análise da Tarde:
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