A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) deve ouvir, na terça-feira 28, dois ex-integrantes do movimento. Nelcilene Reis e Ivan Xavier foram convidados para prestar esclarecimentos no colegiado.
Na ocasião, ambos devem dar informações “detalhadas” sobre as invasões de terras do MST, conflitos agrários e ações coletivas do movimento. Todas as explicações têm o intuito de ajudar os parlamentares a entenderem o panorama e as motivações por trás das ações do grupo.
Amanhã, o colegiado deve ainda analisar e votar seis requerimentos propostos pelos membros. Entre eles, estão convites ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-Brasil); a Geraldo Melo Filho, ex-presidente do Incra; e o assessoramento da Controladoria-Geral da União aos membros da CPI do MST.
Primeira diligência externa da CPI do MST
Oito membros da CPI cumpriram, nesta segunda-feira, 29, diversas diligências na cidade de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Os deputados federais iniciaram os trabalhos pela manhã na delegacia regional de Presidente Prudente para coletar informações sobre as invasões do MST ocorridas na região do Pontal do Paranapanema — que abrange 32 municípios do Estado.
Na delegacia, foram colhidos depoimentos de quatro pequenos produtores rurais que tiveram suas propriedades violadas. Foi justamente no posto em que as investigações sobre as invasões avançaram. A delegacia ainda apura outras práticas criminosas por parte do movimento, como extorsão, depredação de patrimônio e furto.
A próxima parada aconteceu em uma fazenda localizada na cidade de Rosana, interior de SP. O local foi invadido há dois anos pela Frente Nacional de Luta, movimento sem terra. A propriedade continua invadida.
Em vídeos obtidos por Oeste, é possível observar o local, que era produtivo, extremamente sujo. A maioria das casas construídas para os moradores da invasão é feita usando tábuas de madeira e lonas.
Na fazenda, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MG) gravou ainda o que seria um “centro de reuniões”, com várias fotos e frases de grandes líderes da esquerda, como Nelson Mandela, Che Guevara, Vladimir Lenin e Karl Marx.
Deputados relatam condições ‘sub-humanas’ em terra invadida
Em uma das primeiras diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), os membros do colegiado foram até uma fazenda localizada no município de Rosana, no interior de São Paulo.
A propriedade foi invadida pela Frente Nacional de Luta (FNL), movimento sem terra, há dois anos. No local, os oito deputados federais relataram que os moradores vivem em condições “sub-humanas” e com esgoto a céu aberto.
“Vimos vários ‘barracos’, pessoas e crianças morando em condições ‘sub-humanas’”, explicou o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS). “Pela Justiça, se o produtor rural deixar seus trabalhadores nessas condições, ele se torna um autor de trabalho análogo à escravidão. O produtor pode até ser preso.”
Nas gravação obtida por Oeste, Nogueira mostra uma casa feita com uma construção precária, usando tábuas de madeira e lonas. Aparentemente, todas as residências do local são feitas do mesmo modo.
Na fazenda, o parlamentar gravou ainda o que seria um “centro de reuniões”, com várias fotos e frases de grandes líderes da esquerda, como Nelson Mandela, Che Guevara, Vladimir Lenin e Karl Marx.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que é integrante da CPI do MST, classificou o local como centro de “doutrinação ideológica”.
“Isso mostra que eles doutrinam essas pessoas”, disse a deputada. “É uma verdadeira terra sem lei, onde tudo é possível e a dignidade humana passa longe. Essa é a face oculta dessas invasões. Eles são submetidos a condições sub-humanas na esperança de ter um pedaço de terra. Essas pessoas são vítimas desses movimentos.”