Os títulos privados para financiamento do agronegócio totalizaram R$ 1.256 trilhão em estoque ao fim de fevereiro de 2025, um aumento de 28% em relação aos R$ 979.24 bilhões do mesmo período do ano anterior, segundo dados do “Boletim de Finanças Privadas do Agro” divulgado pelo Ministério da Agricultura nesta terça-feira.
O montante é composto pelos estoques de Cédulas de Produto Rural (CPR), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), além do patrimônio líquido dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros).
As CPRs se consolidaram como o título de maior expansão no período, com aumento de 54% em 12 meses, de R$ 314.15 bilhões para R$ 483.63 bilhões. Na comparação entre safras, os registros acumulados de CPR entre julho e fevereiro da temporada 2024/25 totalizaram R$ 268.84 bilhões, aumento de 68% em relação ao mesmo período da safra 2023/24 (R$ 160.39 bilhões) e 74% superior ao período equivalente da safra 2022/23 (R$ 154.15 bilhões). Desde fevereiro de 2021, quando o estoque era de apenas R$ 27.67 bilhões, o aumento acumulado chega a impressionantes 1.648%.
A quantidade de CPRs em circulação aumentou 53% em 12 meses, passando de 232.000 para 356.000 títulos, enquanto o tíquete médio permaneceu praticamente estável aos R$ 1.36 milhão. Na comparação com fevereiro de 2023, quando o estoque era de R$ 224.59 bilhões, o aumento é de 115%.
As LCAs se mantiveram como o título com maior volume no mercado, totalizando R$ 540.14 bilhões, aumento de 13% em relação a fevereiro de 2024, quando totalizavam R$ 477.13 bilhões. Deste montante, pelo menos R$ 270.07 bilhões estão sendo reaplicados no financiamento rural, segundo exigência do Conselho Monetário Nacional (CMN), que determina direcionamento de 50% dos recursos captados para o setor. O aumento do estoque de LCA atinge 392% desde fevereiro de 2021.
Os CRAs registraram um aumento de 14% na comparação anual, totalizando R$ 153.37 bilhões frente aos R$ 134,31 bilhões de fevereiro de 2024, com aumento de 220% desde fevereiro de 2021. Já os CDCAs totalizaram R$ 35.13 bilhões, aumento de 10% em relação aos R$ 31.85 bilhões do ano anterior e 241% maior que o estoque de fevereiro de 2021.
O patrimônio líquido dos Fiagros totalizou R$ 43.99 bilhões em janeiro de 2025, aumento de 15% em relação aos R$ 38.25 bilhões de janeiro de 2024. O número de fundos em operação aumentou de 99 para 137 no período. Na distribuição por modalidade, o Fiagro Imobiliário domina com 44,70% do patrimônio, seguido pelo Fiagro Participações (38,70%) e Fiagro Direitos Creditórios (16,60%).
Entre as instituições financeiras, os bancos públicos mantêm liderança nas contratações de crédito rural com fonte LCA, respondendo por 56,50% do total, enquanto os bancos privados detêm 32,30% e as cooperativas de crédito, 10,90%.
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