(Reuters) – O dólar à vista terminou a sexta-feira muito próximo da estabilidade no Brasil, a exemplo do verificado na véspera, com a moeda norte-americana sem força para atingir níveis mais elevados ante o real, a despeito dos ganhos firmes vistos no exterior, em um dia marcado pela aversão a ativos de risco.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7775 reais na venda, com leve alta de 0,12%. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,91%.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,04%, a 4,7825 reais.
Pela manhã, a influência vinda de fora era no sentido de alta para o dólar, após a divulgação de dados econômicos fracos na Europa e nos EUA.
Na zona do euro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto preliminar do HCOB para o bloco, compilado pela S&P Global e considerado um bom indicador da saúde econômica geral, caiu para a mínima de cinco meses de 50,3 em junho, ante 52,8 em maio. O PMI preliminar do Reino Unido atingiu 53,7 em junho, ante 55,2 em maio.
Nos EUA, o PMI preliminar da indústria ficou em 46,3 em junho, ante 48,4 em maio. No caso dos serviços, o indicador atingiu 54,1 em junho, ante 54,9 em maio.
Neste cenário, o dólar marcou a cotação máxima do dia, de 4,8080 reais (+0,76), às 9h15, mas a moeda perdeu força posteriormente, como vem ocorrendo nas sessões mais recentes.
Para o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, a persistência da tendência de baixa para o dólar vem de diversos fatores, como o andamento do arcabouço fiscal no Congresso.
Ao mesmo tempo, lembrou o profissional, a sinalização dada na última quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de que a taxa básica Selic pode seguir em alta por mais tempo que o originalmente previsto pelo mercado, manteve o diferencial de juros favorável a investimentos no Brasil.
“Ontem (quinta-feira) tivemos uma surpreendente tendência de alta para o dólar, em meio a preocupações lá fora, o que fez com que o mercado de câmbio não reagisse tanto ao Copom”, comentou Machado.
“Hoje (sexta-feira) o dólar volta um pouco para o lugar. Ele está subindo, mas é uma alta marginal”, acrescentou, lembrando que, no exterior, o avanço da moeda norte-americana era mais firme.
De fato, no fim da tarde o dólar seguia em alta ante uma cesta de moedas fortes.
Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,48%, a 102,880.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de agosto.