SÃO PAULO (Reuters) – Em um dia marcado pela baixa liquidez nos mercados globais, em função de feriados nos Estados Unidos e na Inglaterra, o dólar à vista oscilou em margens estreitas no Brasil, sem um fator de destaque que conduzisse as cotações, para encerrar a segunda-feira em alta ante o real.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0116 reais na venda, com alta de 0,53%.
Na B3, às 17:10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a 5,0150 reais.
Os feriados do Memorial Day nos EUA e do Spring Bank Holiday na Inglaterra reduziram a liquidez nos mercados globais, incluindo o brasileiro.
O dólar marcou a cotação mínima do pregão de 4,9741 (-0,22%) às 10h18, dando continuidade ao viés de baixa visto na sexta-feira, mas voltou para o território positivo ainda pela manhã.
Dois profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que alguns participantes do mercado aproveitaram a baixa liquidez para impulsionar as cotações, já com o foco na formação da Ptax de fim de mês, no dia 31.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta do dólar) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Na máxima da sessão desta segunda-feira, registrada às 16h04, o dólar à vista foi cotado a 5,0152 (+0,60%).Chamou a atenção o fato de o dólar ter permanecido em margens estreitas durante a sessão. Da mínima para a máxima, a oscilação foi de apenas 0,88%.
“O dia foi atípico. A alta foi reflexo da falta de liquidez, somada à formação da Ptax, que já traz distorção nas cotações”, afirmou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
“A amplitude das cotações foi baixa. O mercado nitidamente não estava funcionando normalmente.”
No exterior, os feriados nos EUA e na Inglaterra reduziram os negócios com moedas.
Às 17:10 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,01%, a 104,280.
Fonte: Reuters
Ibovespa fecha em queda em dia de volume reduzido com feriado nos EUA
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, em sessão marcada por ajustes, com blue chips entre as maiores pressões negativas, enquanto o feriado nos Estados Unidos reduziu expressivamente a liquidez nos negócios.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,52%, a 110.333,4 pontos. Na máxima do dia, nos primeiros negócios, chegou a 111.168,05 pontos. Na mínima, bateu 110.195,11 pontos.
Em maio, o Ibovespa acumula alta de 5,65%, desempenho que, se confirmado, representará o maior avanço mensal desde agosto do ano passado, além de refutar o antigo ditado no mercado “sell in May and go away” (venda em maio e vá embora).
O volume financeiro nesta segunda-feira somou 11,8 bilhões de reais, contra uma média diária de 26,5 bilhões de reais no mês e de 25,4 bilhões de reais no ano até o último dia 26.
Nos EUA, as bolsas ficaram fechadas em razão do Memorial Day, adiando para terça-feira a repercussão ao acordo provisório alcançado no fim de semana pelos parlamentares norte-americanos sobre o teto da dívida do país.
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que o acordo é uma “boa notícia”. O texto, porém, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso norte-americano.
Para o analista de investimentos da XP Leandro De Checchi, o mercado brasileiro teve um desempenho “mais lateral”, refletindo um pouco de cautela de agentes que aguardam os desdobramentos do acordo sobre o teto da dívida norte-americana.
“Talvez pela possibilidade de o governo americano ter que emitir títulos e a taxas atrativas para atrair recursos…”, afirmou, avaliando que isso pode ter um efeito no fluxo de capital dos investidores.
No Brasil, o Banco Central divulgou a pesquisa Focus, que mostrou melhora nas projeções no mercado para o IPCA, de alta de 5,8% para 5,71%, e o PIB, de crescimento de 1,2% para 1,26%, no Brasil em 2023.
No caso específico da inflação, a revisão segue dados do IPCA-15 de maio na semana passada, que mostraram desaceleração e abriram espaço para apostas de que o Banco Central poderia antecipar o início do corte da taxa Selic.
Investidores também continuam atentos às negociações no Senado brasileiro em torno do arcabouço fiscal, com expectativas de que seja aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo mês.
DESTAQUES
– VALE ON encerrou com declínio de 0,75%, a 65,83 reais, revertendo os ganhos do começo da sessão, mesmo com o avanço dos futuros do minério de ferro na China.
– ELETROBRAS ON caiu 2,03%, a 34,78 reais, devolvendo parte da alta em maio, que chegou a quase 5% na última sexta-feira, uma vez que segue sensível aos ruídos envolvendo sua privatização.
– PETROBRAS PN fechou negociada em baixa de 0,41%, a 26,69 reais, mesmo com o petróleo Brent encerrando no azul.
– ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,44%, a 26,92 reais, enquanto BRADESCO PN ganhou 0,12%, a 16,14 reais. BTG PACTUAL UNIT subiu 0,59%.
– VIBRA ON cedeu 3,91%, a 16,45 reais, em correção após forte valorização recente, tendo acumulado no mês até a última sexta-feira alta de quase 30%.
– RAÍZEN PN terminou com acréscimo de 2,02%, a 3,53 reais, buscando reagir após acumular um declínio de mais de 6% na semana passada.
– CVC BRASIL ON fechou em alta de 4,03%, a 3,1 reais, no segundo pregão de recuperação após cair mais de 16% em três pregões, em meio a mudanças no comando da operadora de turismo.