A jornalista filipina agraciada com o mega prêmio Nobel da Paz em 2021, por defender a liberdade de expressão, agora, muito contraditoriamente, está pregando a regulação das redes sociais.
Em 2012, a influente jornalista ajudou a fundar o website jornalístico Rappler, que começou justamente na rede social Facebook, cuja finalidade era lutar pela democracia e a liberdade de informação nas Filipinas.
A influencer jornalista era, inclusive uma crítica ferrenha do presidente filipino Rodrigo Duterte, e usava justamente as redes sociais para, democraticamente, criticar o presidente de seu país natal.
A famosa jornalista que se projetou defendendo a democracia e a liberdade de informação, usando as redes sociais, agora defende a regulação das mesmas redes sociais que a projetaram e deram voz a muitos que não tinham direito de se expressar.
Há inclusive um grande jornal brasileiro, citando em editorial, a famosa jornalista, e concordando com ela na regulação das redes sociais e da internet.
O que mudou na jornalista que defendia a democracia e a liberdade de expressão, e agora defende a regulação das informações nas redes sociais?
Provavelmente, a resposta esteja no antes e depois do famoso prêmio Nobel da Paz.
Antes do mega prêmio, ela usava as redes sociais para defender a democracia e a liberdade de expressão, e após o prêmio, com a fama crescendo exponencialmente, ela já não precisa mais das redes sociais, e então, pede a regulação das mesmas sem o menor pudor.
O ser humano é circunstancial, tudo bem quanto isso, mas esta é uma mudança radical demais para qualquer compreensão, e causa a impressão de quem está cuspindo no prato que comeu.
Quanto ao editorial do grande jornal brasileiro que cita a famosa e premiada jornalista filipina, e também concorda com a regulação das redes sociais, dispensa comentários mais profundos, haja vista que até bem recente toda a imprensa dizia defender a democracia e a liberdade de expressão, mas na prática, o discurso cai por terra.
É curioso que a imprensa, e seus profissionais defendam o cerceamento do debate e a livre circulação de ideias, sejam elas quais forem, jamais deverão ser proibidas.
Elas são fundamentais para o exercício e o desenvolvimento crítico da população, que tem o direito de exercer o livre arbítrio sem a tutela do estado.
T&D