“Em história, perguntamos quando; em geografia perguntamos onde; e em economia, quanto custa?”
Isso dizia um professor já falecido.
Pois bem, quanto custa o Brasil hoje?
A resposta, o preço aproximado, é difícil de avaliar, mas que está ficando cada dia mais barato, isso é inegável. Os motivos de estarmos despencando, também são inegáveis. Provavelmente, em breve entraremos em liquidação, e o preço do Brasil poderá ser aquele de final de feira, quando estão desarmando as barracas.
Causa-nos estranheza que, neste momento, as discussões sejam outras, completamente fora do que realmente interessa, que são as questões econômicas.
A chamada pauta de costumes é que está no centro dos debates, provocada por quem constitucionalmente não deveria sequer dar opinão, que é a Suprema Corte.
Um grande jornal de São Paulo publicou editorial onde, no último parágrafo, afirma que o “processo de liberalização de entorpecentes já está avançado no mundo desenvolvido, e deveria ser conduzido pelo congresso nacional”.
Está certíssimo quanto ao local de discussão, mas ao se referir que “está avançado no mundo desenvolvido” esquece de dizer que o Brasil não é desenvolvido.
Os países desenvolvidos, primeiro buscaram o desenvolvimento, e depois, só depois, foram debater as pautas de costumes, e em seus respectivos parlamentos, não no judiciário.
Como o Brasil é ainda subdesenvolvido, a discussão não faz sentido, é inócua, e, com certeza absoluta, não trará o desenvolvimento econômico que tanto precisamos.
O caso desta celeuma toda, além de emblemático, é também sintomático, pois mostra que, além de interferência entre poderes – que significa insegurança jurídica -, mostra também como o debate está fora de propósitos no Brasil.
Com a economia do país afundando, os ativos despencando de preços, a dívida pública explodindo a números exponenciais, e as discussões são os costumes da sociedade?!
Há que se concluir, portanto, que o assunto foi posto em debate justamente para distrair a sociedade de problemas mais urgentes, para disfarçar a incompetência do governo, ou, simplesmente para dar holofotes ao judiciário, que se arvora em governar o país, nas palavras uma de Suas Excelências, com razão.
Por estes motivos, muito provavelmente continuaremos a ser um país subdesenvolvido, pois não sabemos sequer o que discutir para alcançarmos um mínimo de desenvolvimento, e melhorar a marcha da sociedade.
Enquanto nos comportarmos como subdesenvolvidos, seremos subdesenvolvidos.
T&D