Esmagamento de oleaginosas pode dobrar com 25% de biodiesel no diesel
O Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destacou que a possibilidade de aumento da mistura de biodiesel no diesel para até 25%, como previsto na Lei do Combustível do Futuro, poderá dobrar o esmagamento de oleaginosas no País para atender ao aumento da demanda. A avaliação foi apresentada durante a Conferência BiodieselBr, realizada ontem (14), em São Paulo (SP).
“Estamos falando em dobrar a capacidade de esmagamento de oleaginosas no Brasil. Acredito que a indústria de esmagamento de soja possa crescer igual ou até mais do que o próprio crescimento da soja no País”, disse.
Segundo André Nassar, esse aumento na mistura representa um estímulo importante para o setor, que deverá se preparar para atender à crescente demanda por óleos vegetais, incluindo o uso para combustíveis sustentáveis, como o diesel verde (HVO) e o combustível sustentável para aviação (SAF). “Isso significa um importante estímulo para a indústria de processamento de oleaginosas”, afirmou André Nassar.
Além disso, o Presidente da Abiove mencionou a possibilidade do Brasil precisar importar óleos vegetais, dependendo da evolução do mercado. “Faz muito mais sentido trazer óleos vegetais do que biodiesel”, ressaltou, destacando que esse movimento abrirá novas oportunidades para a industrialização da soja no Brasil, agregando mais valor à cadeia produtiva.
André Nassar ressaltou que o processamento de soja no País agrega 40% mais valor à produção em comparação com a exportação do grão in natura. “Quando exportamos a soja, adicionamos R$ 1.000,00 por tonelada. Quando processamos essa soja, adicionamos R$ 1.400,00”, disse.
Outro ponto de destaque, segundo André Nassar, é o impacto positivo para a indústria de proteína animal, que será beneficiada pelo aumento da produção de farelo de soja, um dos principais insumos na alimentação de animais. “O farelo de soja e a indústria de proteína animal serão as maiores beneficiadas desse processo”, afirmou.
O Presidente da Abiove ressaltou a importância de se manter uma postura cautelosa diante do crescimento projetado para o setor. “Somos uma indústria que trabalha com os pés no chão. Temos que trabalhar esse crescimento de forma inteligente, garantindo ao governo e ao consumidor que isso virá com um padrão ainda melhor do que o que já entregamos”, concluiu.
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