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A estiagem em Mato Grosso do Sul derrubou o percentual de lavouras de soja em boas condições de 90,40% em dezembro para 70,90% em janeiro, segundo levantamento do Projeto SIGA-MS divulgado nesta quarta-feira. A seca já atinge 1.3 milhão de hectares no Estado. O percentual das lavouras em condições regulares aumentou de 7% para 17,70%, enquanto o das em condições ruins aumentou de 2,60% para 11,40%.
O cenário é mais preocupante na Região Sul, onde o percentual das lavouras em boas condições despencou de 80% em dezembro para 39,80% em janeiro. A Região Norte, mesmo registrando uma queda, ainda mantém o melhor cenário do Estado, com 93,50% das lavouras em boas condições, contra 94,80% no mês anterior.
“A Região Sul atravessa um período crítico, com 30 dias consecutivos de seca moderada e precipitações limitadas entre 1,4 mm e 66,6 mm, além de enfrentar 10 dias de seca severa sem qualquer registro de chuvas”, informou o relatório da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS). A seca atingiu em cheio 24 municípios, que agora registram produtividade abaixo da média estadual.
O maior impacto é sentido nas áreas plantadas entre setembro e meados de outubro. Essas lavouras começaram a fase de enchimento de grãos em dezembro e agora entram na fase de maturação e colheita. Cerca de 32% das lavouras estão em estágios críticos: 16% em fase de enchimento de grãos, 14% com grãos cheios e 2% iniciando a fase de maturação, concentradas principalmente na Região Sul.
Apesar do cenário, a Aprosoja-MS mantém a estimativa de produção da safra 2024/25 em 13.977 milhões de toneladas, com produtividade média de 51,7 sacas por hectare. A área total aumentou 6,80% sobre a do ciclo anterior, atingindo 4.501 milhões de hectares. A previsão do tempo traz algum alívio, com possibilidade de chuvas de até 203 mm para a Região Sul nas próximas semanas.
Segundo o documento, os produtores já venderam 32,80% da safra 2024/25, um avanço de 1,33% em relação ao mesmo período do ano passado. No mercado, a soja sul-mato-grossense se valoriza. O preço médio da saca subiu 3,11% entre os dias 9 e 13 de janeiro, alcançando a R$ 120,21. Na comparação anual, a alta é de 9,67%. Há um ano, a saca era negociada a uma média a R$ 108,12.
O Projeto SIGA-MS é executado pela Aprosoja-MS em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).