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Fávaro e Pretto discutem situação do leilão de arroz com AGU e CGU

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As conexões entre os operadores do leilão para a compra pública de 263.300 toneladas de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana passada e o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, ligaram um alerta na alta cúpula do governo e movimentaram a Esplanada dos Ministérios nesta segunda-feira (10/6).
O assunto está no radar do Palácio do Planalto, que avalia o potencial de dano que o episódio pode causar à imagem do governo caso alguma irregularidade seja identificada no certame, disseram fontes.
Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, se reuniram com o presidente da Conab, Edegar Pretto, e o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, pela manhã. Outro encontro está agendado para hoje com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU). Os compromissos não constam nas agendas oficiais dos participantes.
As reuniões com a advocacia e com o principal órgão de controle e transparência da União são para medir a temperatura do caso e traçar estratégias. As equipes das Pastas estão reunindo informações e documentos para subsidiar as decisões que o governo tomará a respeito do assunto.
São avaliadas desde a manutenção ou cancelamento do leilão até a necessidade ou não de exonerar pessoas envolvidas no certame para minimizar impactos políticos em Brasília.
As conversas ainda são preliminares e as decisões vão depender do grau de envolvimento comprovado de agentes públicos com as empresas, bolsas e corretoras vencedoras do leilão, apontou uma fonte.
Sobre o possível cancelamento do leilão, as equipes do governo analisam os critérios jurídicos que envolvem a questão. As empresas vencedoras têm até quinta-feira (13/6) para depositar 5% do valor da operação para a Conab como garantia.
Geller não participou das reuniões, segundo as fontes. Ele esteve no Ministério da Agricultura pela manhã. Na agenda oficial, o secretário não tem compromissos nesta segunda-feira.
No fim de semana, a reportagem mostrou que Robson França, ex-assessor de Neri Geller quando estava em seu mandato de deputado federal, foi o responsável pela negociação de 44% do volume de arroz negociado e do valor envolvido no leilão da Conab, cerca de R$ 580 milhões. No gabinete na Câmara, França foi colega de Thiago dos Santos, atual diretor de Operações e Abastecimento da estatal, responsável pelo certame.
França é advogado e atualmente comanda a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e corretoras de grãos. Ele também é sócio de Marcelo Piccini Geller, filho de Neri Geller, em outro negócio. Todos negam qualquer tipo de direcionamento ou favorecimento na operação.
Além dos operadores, o leilão está sob escrutínio por conta do perfil das empresas vencedoras, quase todas alheias e desconhecidas do mercado agrícola nacional.
O custo total da operação para a Conab, se concretizada, será de R$ 1.3 bilhão. Após a repercussão, a estatal convocou as bolsas de mercadorias participantes do leilão para apresentarem informações sobre as empresas vencedoras dos lances.

Globo Rural

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