O governo está planejando conduzir uma revisão minuciosa na lista de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com o objetivo de detectar possíveis fraudes. De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, essa análise poderia resultar em uma economia anual de até R$ 20 bilhões, baseada em uma investigação realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Especialistas consultados pela CNN têm uma visão positiva dessa iniciativa, mas questionam a fundamentação por trás da projeção de economia de R$ 20 bilhões. Em fevereiro deste ano, o TCU divulgou os resultados de uma avaliação realizada em 2021, na qual foram identificados problemas em 7,8 milhões de registros no INSS, com um impacto calculado em R$ 2,9 milhões por ano. O economista e especialista em contas públicas, Murilo Viana, enfatiza a alta incidência de irregularidades, principalmente no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.
Viana também questiona se é viável realizar esse processo sem aumentar o número de servidores ou investir em tecnologia e inteligência. Ele destaca que, nos últimos anos, o INSS tem se abstido de conceder benefícios irregulares, mas essas decisões podem ser revertidas por contribuintes.
O economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, acredita que esse processo pode ser conduzido com sucesso através da utilização de tecnologia e análise de dados, sem a necessidade de contratar novos funcionários.
“Atualmente, as ferramentas disponíveis permitem uma ampla análise cruzada de dados por CPF, o que possibilita a identificação e combate ágil à concessão irregular de benefícios”, afirma Gabriel de Barros.
Fonte CNN Brasil