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Grãos despencam em Chicago com temor de possível calote financeiro nos EUA

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Os preços da soja cederam agressivamente na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (16), com baixas de até 36,75 pontos, como foi o caso do contrato julho, que encerrou os negócios sendo cotado a US$ 13,64 por bushel. Nos vencimentos seguintes, todos já operam abaixo dos US$ 13,00, com o agosto valendo US$ 12,98 e o setembro, US$ 12,25 por bushel. O novembro, referência importante para a safra americana, fechou o dia com US$ 12,07 por bushel.

A Agrinvest Commodities atribuiu as baixas intensas desta terça-feira ao rápido avanço do plantio nos Estados Unidos e também às preocupações com as condições da economia chinesa, que se recupera mais lentamente do que o esperado.

“Com o avanço rápido do plantio, as probabilidades de quebra nos EUA ficam menores. Além do menor risco de quebra, que traz um ímpeto mais vendedor para o produtor americano, o mesmo está muito pouco vendido para a safra nova e precisa avançar com sua comercialização, o que também pressiona não só os prêmios locais, como as cotações na CBOT”, explica o time da consultoria.

Os números reportados pelo USDA no final da tarde desta segunda-feira (15), apontaram para a semeadura da soja já alcançando 49% da área, contra 51% da projeção do mercado e frente aos 35% da semana passada. No ano passado, neste mesmo período, o plantio estava concluído em 27% apenas e a média é de 36%. 20% dos campos plantados com a oleaginosa já emergiram, contra 8% de 2022 e 11% de média.

Os números seguem mostrando um cenário muito favorável para os trabalhos de campo nos Estados Unidos, ampliando o espaço para que as estimativas do USDA – que chegaram na sexta-feira passada, dia 12 de maio – possam ser alcançadas. O departamento estimou uma produção para o país de pouco mais de 122 milhões de toneladas, contra 116,4 milhões da temporada anterior.

Ao mesmo tempo, como pontuaram analistas e consultores de mercado, o ritmo de crescimento da demanda não é o mesmo do que o incremento da oferta e esse sentimento também exerce pressão sobre os futuros da oleaginosa. O USDA estimou ainda, no final da semana passada, uma produção mundial de soja ultrapassando 400 milhões de toneladas, que, ao se confirmar, renovaria um recorde para o quadro global.

Diante dos números, na sequência, o mercado seguirá monitorando as condições de clima, neste momento, com mais atenção ainda ao Corn Belt, onde as lavouras já se desenvolvem.

Ainda nesta terça-feira, os futuros da soja em grão sentiram também o peso da despencada do óleo, que concluiu o dia com perdas de mais de 4% na CBOT. O derivado cedeu acompanhando as demais commodities, realizando lucros e sentindo também o peso do petróleo, que não diferente dos demais mercados, fechou no vermelho.

MERCADO BRASILEIRO

Enquanto os preços da soja despencavam mais de 2% em Chicago, o dólar subia frente ao real e caminha para encerrar o dia com ganho de mais de 1% para R$ 4,94. A movimentação do câmbio foi insuficiente para conter a pressão da CBOT e os preços da soja no mercado brasileiro voltaram a cair mais uma vez. O que deu algum suporte aos indicativos foram os prêmios, que se recuperaram nas últimas semanas.

“A situação é ruim, vem esse efeito manada em Chicago, mas os prêmios aqui seguraram o tombo no mercado brasileiro. A situação não está tão feia, porque temos esse cenário negativo na China, notícia bem negativa americana, estamos até bem. Está caindo, mas não com um efeito manada gigantesco (no Brasil)”, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Outro alerta do especialista é para o bom momento do custo dos insumos. “A relação de troca está boa, o produtor tem que fazer as contas e não pode deixar passar o ‘cavalinho encilhado’ dos insumos”, orienta Brandalizze.

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Por:   Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes;   Fonte:  Notícias Agrícolas

Economia dos EUA “está em risco” conforme impasse sobre dívida se arrasta, diz Yellen

WASHINGTON (Reuters) – O impasse sobre o limite da dívida federal já está tendo consequências terríveis para a economia dos Estados Unidos, elevando os custos dos empréstimos e aumentando o peso da dívida do país, disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em comentários preparados nesta terça-feira.

Yellen transmitirá a mensagem a um grupo de banqueiros comunitários em Washington, lembrando-os sobre a “atitude temerária de última hora” sobre o teto da dívida em 2011, que levou ao primeiro rebaixamento da classificação de crédito dos EUA.

“O tempo está se esgotando. Cada dia que o Congresso não age, estamos enfrentando custos econômicos crescentes que podem desacelerar a economia dos EUA”, disse Yellen em comentários preparados para um evento organizado pela Independent Community Bankers of America.

“A economia dos EUA está em risco. A subsistência de milhões de norte-americanos também. Não há tempo a perder. O Congresso deve abordar o limite da dívida o mais rápido possível.”

Yellen disse na segunda-feira ao Congresso que o Tesouro espera poder pagar as contas do governo dos EUA somente até 1º de junho sem um aumento no limite da dívida, aumentando a pressão sobre os republicanos no Congresso e na Casa Branca para chegar a um acordo nos próximos dias.

O presidente dos EUA, Joe Biden, deve se reunir nesta terça-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, e os outros três principais líderes do Congresso para elaborar um plano para evitar o primeiro calote da história do país.

Yellen disse que a crise de 2011 – quando os parlamentares aumentaram o limite da dívida pouco antes de o governo ter que parar de fazer pagamentos – mostrou as sérias repercussões de não agir com antecedência.

Como resultado, a confiança do consumidor caiu mais de 20%, enquanto o índice de ações S&P 500 caiu 17% e os custos de hipotecas e empréstimos para automóveis subiram, disse ela.

Permitir que os EUA entrem em default desencadearia uma catástrofe econômica e financeira, colocando em risco a reputação do país e minando a base da liderança econômica global dos EUA, disse ela.

Fonte:  Reuters
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