Sexta-feira foi marcada por falta de gatilhos para alta ou queda e investidores aproveitaram para colocar lucros no bolso,
A queda de 0,39% do Ibovespa nesta sexta-feira (16), dia marcado por um noticiário mais fraco, não foi suficiente para evitar que o principal índice da Bolsa brasileira acumulasse uma alta de 1,49% na semana e de 9,62% em junho. O benchmark, na segunda, estava nos 117.019 pontos e hoje fechou a 118.719 pontos.
De acordo com especialistas, o que aconteceu neste pregão foi uma leve realização de lucros – tanto no Brasil quanto no exterior.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,31%, 0,36% e 0,68%, mas os ativos de risco americanos tiveram ainda uma das suas melhores semanas em três meses. Na mesma sequência, as altas acumuladas nos últimos cinco pregões foram de 1,26%, 2,58% e 3,25%.
“Movimento do mercado de hoje, tanto para o Ibovespa quanto lá fora, ficou de lado. Tivemos reuniões dos bancos centrais, como o Federal Reserve pausando suas altas, e dados importantes na China. Isso impactou o Brasil na semana, bem como a mudança de perspectiva do S&P Global para o país“, diz Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos. “Hoje foi dia de assimilar o que aconteceu nos últimos dias”.
De acordo com o especialista, gestores devem, agora, ponderar entre manter posições ou realizar mais lucros no curto prazo.
“Hoje não tivemos grandes drivers. Fica mais uma movimentação técnica, após sucessivas altas no mês”, avalia Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos. O Ibovespa teve hoje sua segunda baixa de junho.
“Juros futuros continuam a cair. IGP-10 trouxe forte deflação. IBC-Br, do outro lado, veio acima das estimativas. Apesar dos indicadores, movimento não foi suficiente para impedir a realização de lucros. Os Estados Unidos foram no mesmo caminho, após uma semana boa”, complementa Costa.
O IGP-10 de junho registrou deflação de 2,20%, ante consenso de recuo de 2,15%. O IBC-Br, considerado uma “prévia do produto interno bruto (PIB)” trouxe alta de 0,56% em abril, ante projeção de 0,20%.
Os DIs para 2024 ficaram estáveis em 13,03%, mas os para 2025 e 2027 perderam, na sequência, um e 8,5 ponto-base, a 11,13% e 10,53%. As taxas dos DIs para 2029 recuaram oito pontos, a 10,88%, e as dos para 2031, cinco pontos, a 11,12%.
“Continuamos, apesar do IBC-Br trazer uma economia ainda aquecida, vendo o aumento da perspectiva de redução dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Semana que vem temos uma reunião na qual mercado espera a manutenção, mas, a partir de agosto, projeta queda”, fala Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos e especialista em renda variável.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, destaca ainda que a sexta-feira foi um dia marcado na Bolsa brasileira pelo vencimento de opções.
Além do Ibovespa, o real também perdeu força. O dólar ganhou 0,36% frente a moeda brasileira, negociado a R$ 4,819 na compra e a R$ 4,820 na venda.