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Indicador antecedente de emprego no Brasil recua em abril e indica desafios à frente, mostra FGV

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SÃO PAULO (Reuters) – O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu em abril depois de dois meses de alta, indicando um ano de 2023 desafiador para o mercado de trabalho, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, caiu 1,4 ponto em abril e foi a 75,0 pontos.

“Apesar de fechar o primeiro trimestre com resultado positivo, o resultado de abril devolve quase todos os ganhos do trimestre e mantém o IAEmp oscilando em patamar baixo”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

“Depois de um ano muito favorável para o mercado de trabalho, 2023 deve ser um ano mais desafiador ditado pela desaceleração econômica global em curso, relacionada a uma política monetária restritiva e inflação”, completou ele.

Tobler destacou que o indicador está atualmente 10 pontos abaixo da média histórica, e que por isso “não é possível imaginar a volta da trajetória positiva no ritmo de contratação no curto prazo”.

O IAEmp mostra que quatro de seus sete componentes apresentaram queda, com destaque para os indicadores de Tendência dos Negócios e de Situação Atual dos Negócios, ambos da Indústria, que contribuíram com -1,0 e -0,4 ponto.

REPERCUSSÃO DA DECISÃO DO COPOM – BC mantém Selic em 13,75% sem sinalizar corte futuro, mas vê novo aperto como “menos provável”

(Reuters) – O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% nesta quarta-feira pela sexta reunião de política monetária seguida e não antecipou corte da taxa à frente, mas destacou em comunicado que um cenário de retomada do aperto monetário é “menos provável”.

JOÃO SAVIGNON, HEAD DE PESQUISA MACRECONÔMICA DA GESTORA KÍNITRO CAPITAL

“O Copom aliviou um pouco o tom do comunicado, vindo um pouco mais ‘dovish’ do que esperávamos, por dois motivos: ter mantido inalteradas as expectativas de inflação, com revisão para baixo no cenário alternativo; e ter qualificado o cenário de possível retomada do ciclo de alta como menos provável.”

RAFAELA VITÓRIA, ECONOMISTA-CHEFE DO BANCO INTER

“Um dos destaques no comunicado foi a mudança nas premissas do BC com melhora no câmbio, queda do petróleo e bandeira verde e, ainda assim, sem impacto nas projeções do IPCA, mantidas em 5,8% em 3,6% para 2023 e 2024. O comunicado afasta qualquer chance de corte na próxima reunião em junho e, para agosto, o corte fica dependente de uma queda maior que o esperado na inflação corrente e melhora no cenário fiscal, com a aprovação do arcabouço refletindo em redução do risco fiscal e alguma queda nas expectativas de inflação para 2024.”

MARCELO FONSECA, ECONOMISTA-CHEFE DA GESTORA OPPORTUNITY TOTAL

“O Copom confirmou as expectativas de que não há condições para redução da taxa de juros no horizonte próximo, enfatizando a necessidade de “paciência e serenidade” com a condução da política monetária. Nesse sentido, destaque para as projeções do BC, que somente convergem para o centro da meta de 3,0% em 2024 assumindo-se um cenário de manutenção da taxa Selic nos níveis atuais. Outro ponto relevante é o fato do Copom ter reconhecido a redução das incertezas com a apresentação do novo arcabouço fiscal, mas que ‘não há relação mecânica’ entre a convergência da inflação e a aprovação do arcabouço”. Em suma, a reunião confirmou nosso entendimento de que o início da redução dos juros somente ocorrerá no quarto trimestre do ano.”

FABIO AKIRA, ECONOMISTA-CHEFE DA GESTORA BLUELINE

“O comunicado incorporou as sinalizações recentes que os membros do Copom já vinham antecipando em eventos públicos, como a avaliação positiva da proposta de arcabouço fiscal, assim como a ausência de relação mecânica entre o fiscal e a convergência da inflação. Também incluiu no comunicado o apelo por “paciência e serenidade” que RCN vinha mencionando em suas aparições. Talvez o aspecto mais relevante do comunicado seja a suavização do cenário em que o Copom ‘não hesitará em retomar o ciclo de ajuste’, que pode ser interpretado pelo mercado como um primeiro indício de reversão do ciclo ao longo do segundo semestre.”

CRISTIANE QUARTAROLI, ECONOMISTA DO BANCO OURINVEST

“O resultado foi em linha com o que o mercado esperava, contudo o Banco central trouxe um comunicado com um tom mais duro, sinalizando que as projeções de inflação subiram e ainda permanecem acima da meta. Adicionalmente, existe ainda incerteza sobre o arcabouço fiscal que foi apresentado ao Congresso, o BC mostrou preocupação com as incertezas, que ainda são grandes e deixam dúvidas sobre quais serão, de fato, os impactos desse novo arcabouço sobre o cenário futuro da inflação e, consequentemente, da política monetária. O tom realmente foi mais duro, sinalizando que a Selic deve permanecer nesse patamar no curto médio prazo, pelo menos nos próximos meses.”

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