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Inflação desacelera a 0,39% em novembro, mas alimentos voltam a pressionar

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IPCA alcança 4,87% em 12 meses, segundo IBGE, e se distancia do teto da meta (4,5%)

 

inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,39% em novembro, após alta de 0,56% em outubro, apontam dados divulgados nesta terça (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A carestia da alimentação —especialmente das carnes— e das passagens aéreas pressionou o índice, mas a trégua da conta de luz contribuiu para aliviar a variação no mês passado.

O avanço de 0,39% ficou levemente acima da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,38%, de acordo com a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,24% a 0,43%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA ganhou força, acelerando a 4,87% até novembro. É a maior alta desde setembro do ano passado (5,19%).

Com o novo resultado, o acumulado se distanciou do teto da meta de inflação de 2024, que é de 4,5% até dezembro. A taxa era de 4,76% até outubro.

Caso a variação mensal de dezembro seja superior a 0,20%, o acumulado deste ano vai estourar o teto da meta, de acordo com André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.

Alimentos e passagens pressionam

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, somente 3 tiveram alta de preços em novembro, disse o IBGE.

A maior variação (1,55%) e o principal impacto (0,33 ponto percentual) foram registrados em alimentação e bebidas. O grupo acelerou na comparação com outubro (1,06%).

Dentro de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio passou de 1,22% para 1,81%. Houve impacto da carestia de 8,02% das carnes, a maior desde dezembro de 2019 (18,06%).

Foram observados aumentos em cortes como alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%).

“A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto”, afirmou Almeida.

O IBGE também apontou altas no óleo de soja (11%) e no café moído (2,33%). Do lado das quedas nos alimentos, destacaram-se a manga (-16,26%), a cebola (-6,26%) e o leite longa vida (-1,72%).

Pessoa observa carnes à venda em açougue de supermercado em São Paulo – Allison Sales – 25.nov.24/Folhapress

No grupo dos transportes (0,89%), a passagem aérea saiu de uma baixa de 11,5% em outubro para uma alta de 22,65% em novembro.

Com o novo resultado, o bilhete de avião gerou um impacto de 0,13 ponto percentual no IPCA. Trata-se da principal contribuição individual para o aumento do índice no mês passado.

Conta de luz gera alívio

Por outro lado, o grupo habitação mostrou alívio. O segmento saiu de uma alta de 1,49% em outubro para uma queda de 1,53% em novembro. Assim, gerou um impacto de -0,24 ponto percentual no IPCA, o principal do lado das baixas.

O resultado de habitação está associado à energia elétrica residencial. A conta de luz teve redução de 6,27% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela.

A energia gerou um impacto de -0,27 ponto percentual no IPCA. Individualmente, foi a maior contribuição do lado das baixas.

IPCA, meta e juros

O IPCA é referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). Nos 12 meses de 2024, o centro do objetivo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para menos (1,5%) ou para mais (4,5%).

As projeções do mercado financeiro, porém, indicam estouro do teto da meta de 4,5% até dezembro.

A mediana das previsões para este ano subiu de 4,71% para 4,84%, de acordo com a edição mais recente do boletim semanal Focus, publicada pelo BC na segunda (9), antes da divulgação do IPCA de novembro.

Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) volta a se reunir para definir o patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 11,25% ao ano.

A perspectiva é de aumento de 0,75 ponto percentual na taxa, que chegaria a 12%, conforme os analistas consultados pelo Focus.

A reunião é a última do Copom em 2024. O encontro começa nesta terça e termina nesta quarta (11).

O aumento dos juros é a arma do BC para tentar conter a inflação e ancorar as expectativas para o IPCA.

Ao dificultar o consumo, a taxa de juros mais alta pode reduzir a demanda aquecida que pressiona parte dos preços de bens e serviços. O efeito colateral esperado é uma desaceleração da atividade econômica.

 

Por: Leonardo Vieceli

Por Folha de SP

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