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Juiz que torna Bolsonaro inelegível se elege como ditador e carrasco da democracia (por Adrilles Jorge, na Revista Oeste)

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O crime de Bolsonaro, segundo os juízes eleitorais, foi contestar as urnas eletrônicas, criando uma atmosfera de contestação à própria democracia. O crime de quem condena alguém por contestar qualquer coisa numa democracia é condenar a democracia a uma ditadura pseudo democrática. A contestação é a base da investigação da realidade; a contestação é a base da crítica; a crítica é a base do diálogo; o diálogo, duro, crítico, incisivo que seja, é a base da democracia. Quem contesta o direito de contestar é ditador; quem proíbe o direito de contestar é ditador e carrasco da liberdade.

De que diabos Bolsonaro é acusado para ter seus direitos políticos cassados? De chamar uns embaixadores para dizer que o processo eleitoral não era tão perfeito assim como disse o ministro supremo Edson Fachin a outro punhado de embaixadores. É crime isso? Se eu disser que o notório saber do ministro Fachin não é perfeito, estou praticando um crime contra a democracia? Mais: Se eu disser que o ministro Fachin deva estudar mais para ser um juiz melhor, devo ser punido com cassação de meus direitos políticos? Pois foi o que Bolsonaro fez: queria ter voto impresso, em papel, para dar maior transparência ao processo eleitoral. Aliás, coisa sugerida por políticos, jornalistas, intelectuais, e por juízes da Justiça Eleitoral, antes de Bolsonaro fazê-lo e mudarem de ideia. Vai todo mundo se tornar inelegível também, ou só a desconfiança e a contestação de Bolsonaro e de gente da direita se tornou crime neste país?

Falando às claras: todo mundo está cansado de saber que há em curso uma perseguição inclemente ao ex-presidente e a todo o espectro de direita real no Brasil, da parte do Judiciário, e com amplo apoio da grande mídia e de intelectuais de esquerda. Há em curso uma tentativa de anulação da direita no Brasil, simplesmente pela direita ter tomado o poder em 2019 num país totalmente aparelhado por esquerdistas em todas as instituições. A morte de Bolsonaro candidato é a tentativa de matar para sempre a possibilidade de uma nova ascensão da direita ao poder. Claro que não basta eliminar Bolsonaro do mapa. Para isso já temos jornalistas, políticos, influenciadores presos, cassados, censurados, silenciados e massacrados. Bolsonaro será só a cereja do bolo. E maldito seja aquele pelo Judiciário se disser algo contra a defesa da democracia sem direita proposta pelos iluministros supremos.

O discurso do advogado do PDT que pede a degola de Bolsonaro é enfático: não são necessários fatos cabais para cortar a cabeça de Bolsonaro. Que interessa que minutas apócrifas de ex-ministro da Justiça sobre uma reação aos abusos do TSE sejam ajuntadas ao processo que de maneira estapafúrdia implicam Bolsonaro até nas invasões do oito de janeiro, sem nenhuma ínfima prova? Que interessa a liberdade de opinião e crítica e contestação uma vez que a opinião virou discurso de ódio ou fake news (que não são crimes, aliás) quando esta opinião é proferida por um direitista ou pelo próprio Bolsonaro? Interessa, segundo o advogado, é que há “hordas bárbaras que querem destruir a civilização”, e por isso, não importa não haver fatos que condenem Bolsonaro, mas interessa condenar Bolsonaro e todos a seu lado.

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O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, durante a cerimônia de diplomação do presidente Lula, na sede do TSE – 12/12/2023 | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A realidade é o exato inverso do discurso do advogado do PDT. Hordas civilizadas se entranharam dentro das instituições para destruírem a civilização por dentro. Os pilares democráticos do legítimo Estado de Direito estão sendo arruinados justamente por quem deveria protegê-los. Em nome de uma falsa civilização, pessoas estão perdendo o direito de opinar, formar sua própria consciência, de se expressarem livremente contra esses mesmos senhores pseudo civilizados que lhes arrancam a língua caso os contrariem, e agora arrancam seu direito a voto cassando os direitos políticos do político em quem votaram. No caso, os cinquenta e oito milhões de eleitores de Bolsonaro.

E o que tem feito Bolsonaro, aliás, ao se contrapor ao carrasco que quer lhe degolar? Tem se comportado como um homem cordial e civilizado, pedindo civilizadamente sua absolvição aos carrascos. Mas cabe ser civilizado com os carrascos que querem sua cabeça? Paradoxo: Bolsonaro, com seu modo grosseiro, sempre foi um democrata liberal: em nenhum momento ameaçou a democracia. Aqueles que o acusam de ditador e golpista estão dando o golpe permanente à democracia cortando a cabeça da liberdade de expressão no país e agora degolando o ex-presidente. Pergunta: cabe ser civilizado com estes carrascos cordiais ou berrar — como um bárbaro — para o Brasil e o mundo — que estamos vivendo numa franca ditadura — pra que alguém ouça e faça algo? Ou é melhor sorrir para o juiz carrasco que vai decepar sua cabeça?

E o que tem feito a direita brasileira diante de sua cabeça quase cortada? Se comportado civilizadamente como se estivesse numa democracia normal. Zanin, o advogado de Lula, o descondenado por corrupção passiva que quer destruir a direita, foi aprovado com louvor e elogios retumbantes de uma maioria conservadora no Senado. Mais um advogado do PT sem notável saber jurídico, que não tem sequer como mérito ter defendido bem seu cliente Luís Inácio, uma vez que Lula foi solto, na verdade, pelos juízes supremos que agiram como advogados do ex-presidente e o soltaram da cadeia por questiúnculas jurídicas. Mais um ministro ativista lulo-petista para perseguir e calar a boca da direita brasileira. Tudo de forma civilizada.

A civilização se mantém por princípios e regras éticas a serem observadas. Se essas regras são cortadas e apenas o maneirismo civilizacional é observado, vivemos num ajuntamento de Hipócritas que se massacram de forma delicada. Delicadamente, juízes pseudo civilizados estão cortando a cabeça de todos nós. Delicadamente juízes pseudo civilizados estão cortando os direitos políticos de Bolsonaro, o direito ao voto de eleitor, cortando a língua da liberdade, cortando a cabeça da civilização e da democracia brasileira. Vamos aceitar civilizadamente?

Leia também: “Um presidente sem governo”, artigo publicado na Edição 170 da Revista Oeste

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