Recentemente, foi fechado um pacto entre o centrão e a oposição. Até então, o centrão vinha jogando com a oposição e criando dificuldades para o governo, mas agora escolheu uma agenda econômica que agrada ao mercado, incluindo a reforma tributária.
Esse acerto envolveu a fórmula que está em caixa e incluiu o Ministério do Turismo e a Caixa Federal. O PP, partido de Ciro Nogueira, que vinha sendo criticado por Lula, já amaciou o discurso. O centrão também quer o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo pagamento do Bolsa Família.
A FUNASA, Fundação Nacional de Saúde, que havia sido extinta, está sendo recriada e é objeto de desejo do centrão. A fundação é considerada o Ministério da Saúde número dois, com muitos funcionários, cargos e orçamento.
Nesse baile político, foram negociados três ou quatro ministérios, além de algumas estatais e quase 8 bilhões de emendas na negociação da reforma tributária. Com isso, o governo pagou o preço para que o centrão embarcasse no governo.
Com isso, a oposição terá mais dificuldades para obter vitórias no congresso como aconteceu no primeiro semestre. Por outro lado, o governo terá mais facilidade para aprovar suas propostas sem precisar entregar mais cargos ou emendas.
O prefeito Bolsonaro enxergou essa mudança e marcou sua posição fortemente contra a reforma tributária. Ele está jogando na marcação de posição.
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