O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar o agronegócio brasileiro. Desta vez, a ofensiva ocorreu durante o lançamento das plenárias estaduais do Plano Plurianual Participativo (PPA) em Salvador, na Bahia. No evento desta quinta-feira, 11, o petista chamou o agronegócio paulista de “mau caráter” e “fascista”.
Lula disse que aceitou um convite para participar de uma feira de agronegócio na Bahia para fazer inveja à Agrishow, maior feira agropecuária da América Latina.
Nesta quinta-feira, o petista disse que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado da Agrishow. “Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto, que alguns fascistas, alguns negacionistas, não quiseram que ele fosse na feira: desconvidaram meu ministro”, disse.
Entretanto, o convite a Fávaro não chegou a ser retirado pela Agrishow.
Lula: “Maus-caracteres de São Paulo não deixaram meu ministro participar”
“Chego na Bahia e encontro os companheiros do agronegócio me entregando um convite para a segunda feira mais importante do país”, disse Lula. “Quero dizer que venho nesta feira só para fazer inveja aos maus-caracteres de São Paulo que não deixaram meu ministro participar.”
Lula não especificou para qual evento de agronegócio na Bahia ele confirmou sua presença. Nos dias 18 a 21 deste mês deverá acontecer a Bahia Farm Show, na cidade de Luiz Eduardo Magalhães.
A edição de 2023 da Agrishow, que encerrou suas atividades na sexta-feira 5, movimentou mais de R$ 13 bilhões em expectativas de negócios — como vendas de máquinas agrícolas e equipamentos de irrigação e armazenamento. A edição anterior da feira fechou com pouco mais de R$ 11 bilhões — crescimento de quase 20%.
MST anuncia que vai ‘aumentar a pressão’; Stedile diz que Lula está meio medroso
O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou que o governo Lula está “meio medroso”. A declaração de um dos líderes do movimento foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira, 11.
Para Stedile, a gestão do petista está tensionada por conta dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília. O militante extremista também afirmou que o governo está lento em suas ações.
“O governo está muito lento, já perdeu muito tempo”, disse Stedile. “Em cem dias, já deveria ter adotado um programa de emergência de combate à fome, com a compra de alimentos. E apenas agora estão anunciando recursos para isso. Um volume maior de alimentos demora cinco, seis meses para ser disponibilizado para quem precisa.”
Ainda conforme o militante, o movimento vai aumentar a pressão, mas não necessariamente com ocupações de terra. “Nós podemos voltar a fazer marchas e grandes acampamentos. As formas de pressão são diversas”, ameaçou. “Certamente o movimento sindical vai voltar a fazer greves.”
CPI do MST
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o MST na Câmara dos Deputados está em vias de ser instalada. O presidente da Casa, Arthur Lira, leu o requerimento no último dia 26 de abril.
Para Stedile, a Comissão é formada por conta de uma razão ideológica do ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP).
“Houve uma motivação ideológica do Ricardo Salles”, disse o diretor do MST. “Ele tem ódio ideológico do MST, desde o tempo em que era secretário do Meio Ambiente aqui em São Paulo.”