Os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, do antigo consórcio de imprensa, publicaram editoriais criticando o governo Lula, pela recepção dada ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Nesta quarta-feira, 31, o Estadão subiu o tom e disse que o presidente Lula “é uma vergonha para o Brasil”. “Na opinião de Lula, todas as inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, de manipulação das eleições e de perseguição a dissidentes e jornalistas naquele país não passam de ‘narrativa que se construiu contra a Venezuela’”, observou o jornal. “Lula então sugeriu ao ‘companheiro Maduro’ que ‘construa a sua narrativa’, que ‘será infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você’.”
Também O Globo seguiu a mesma linha. Conforme o jornal, “Lula vive em outro planeta”, visto que os ataques à democracia na Venezuela estão longe de ser fantasia. “São fatos comprovados por organizações internacionais e locais que tentam resistir à asfixia imposta pelo governo autocrata”, afirmou O Globo. Adiante, o jornal diz que Lula parece não querer enxergar o óbvio: o regime chavista, que se perpetua no poder há duas décadas e meia manipulando regras eleitorais e manietando as instituições, é marcado por violação de direitos humanos, censura à imprensa, perseguição a opositores e submissão de Judiciário e Legislativo ao Executivo.
“Lula apequena a diplomacia brasileira”, acrescenta a Folha. “No afã de defender uma esquerda arcaica, obscurantista e autoritária, Lula não apenas alimenta mentiras descaradas”, disse a Folha. “Também apequena a diplomacia brasileira e relativiza o sofrimento de milhões de cidadãos em um país devastado.”
Editorial do Estadão: ‘Lula envergonha o Brasil’; Jornal criticou recepção do petista ao ditador Nicolás Maduro
Editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado nesta quarta-feira, 31, sobe o tom com o presidente Lula, por causa da recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, no Brasil. Segundo o Estadão, o petista “envergonha o Brasil” com seus acenos ao chavista.
“Depois de estender o tapete vermelho para Nicolás Maduro, pária mundial por razões óbvias, o petista declarou que o tirano venezuelano é um governante legitimamente eleito e que a Venezuela, portanto, é uma democracia exemplar”, observou o jornal. “Na opinião de Lula, todas as inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, de manipulação das eleições e de perseguição a dissidentes e jornalistas naquele país não passam de ‘narrativa que se construiu contra a Venezuela’. Lula então sugeriu ao ‘companheiro Maduro’ que ‘construa a sua narrativa’, que ‘será infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você’.”
Adiante, o Estadão afirma que Lula se refere à União Europeia e aos Estados Unidos, quando fala “nossos adversários”. “Na ‘narrativa’ de Lula, americanos e europeus simplesmente ‘não gostam’ de Maduro, por puro ‘preconceito’, e por isso resolveram inviabilizar o governo chavista — e as agruras dos venezuelanos, com hiperinflação, escalada da miséria e da fome e êxodo de 7 milhões de cidadãos em poucos anos, seriam resultado das sanções internacionais, e não da ruína do país promovida pelo chavismo.”
Por fim, o jornal diz que Lula tem “delírios” de uma Venezuela beneficiada com obras de infraestrutura custeadas pelo Brasil, mesmo o Ministério da Fazenda “catando moedas no vão do sofá”. Além disso, segundo o Estadão, a julgar pelo “obsceno discurso de Lula”, é uma narrativa que faz brilhar os olhos do chefão petista.
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