O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou hoje, em Brasília, a sexta reunião do ano com o objetivo de determinar a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Devido à notável queda na inflação nos últimos meses, espera-se que o Copom reduza a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, para 12,75% ao ano. Isso será a segunda redução desde agosto, quando o Banco Central interrompeu o ciclo de aumento da taxa de juros.
No comunicado da última reunião, em agosto, o Copom informou que tanto os diretores do BC quanto o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, concordaram unanimemente em prever cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
De acordo com a edição mais recente do Boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica de juros realmente deverá cair 0,5 ponto percentual, embora algumas instituições prevejam um corte de até 0,75 ponto. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic termine o ano em 11,75% ao ano. A decisão será anunciada pelo Copom nesta quarta-feira (20).
O Copom explicou em ata anterior que a evolução do cenário econômico e a forte queda da inflação permitiram que eles adotassem uma postura de redução gradual da taxa de juros. Apesar da queda na inflação, o Copom observou que alguns preços ainda estão subindo ou caindo menos do que o previsto, o que levará a autoridade monetária a reduzir os juros de maneira conservadora.
Com a desaceleração significativa nos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm diminuído. Segundo o último Boletim Focus, a estimativa de inflação para este ano passou de 4,93% para 4,86%.
A taxa Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a intenção é conter a demanda aquecida, o que impacta os preços, já que juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança, podendo dificultar o crescimento econômico. Por outro lado, ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais acessível, o que estimula a produção e o consumo, reduzindo o controle da inflação e impulsionando a atividade econômica.
O Copom se reúne a cada 45 dias. Durante o primeiro dia da reunião, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução econômica no Brasil e no mundo, bem como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, que são compostos pela diretoria do BC, analisam as opções e definem a Selic.
Para este ano, a meta de inflação a ser perseguida pelo BC, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior é de 4,75%. As metas para 2024 e 2025 são de 3% para ambos os anos, com a mesma margem de tolerância. A meta para 2026 será definida neste mês.
No último Relatório de Inflação, divulgado no final de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária reconheceu a possibilidade de uma leve ultrapassagem da meta de inflação este ano. De acordo com o documento, a estimativa é que o IPCA alcance 5% este ano. O próximo relatório será divulgado no final de setembro.
Fonte: Agencia Brasil